A primeira denúncia da investigação que levou ao afastamento do governador do Tocantins, Mauro Carlesse (PSL), foi feita pela Procuradoria-Geral da República e trata sobre a interferência política em investigações policiais.
O Ministério Público Federal acusa o governador seis vezes pelo crime de obstrução de investigação de infração penal que envolva organização criminosa; cinco vezes pelo crime de falsidade ideológica de documento público majorada; e sete vezes pelo crime de denunciação caluniosa de funcionário público.
Diante disto, a PGR pede a manutenção do afastamento de Carlesse e a perda do cargo ao final do processo e apresentou um requerimento para que os acusados sejam condenados ao pagamento de uma indenização mínima de R$ 1 milhão.
Além de Carlesse, a denúncia acusa outras 14 pessoas que também participaram do esquema, entre eles o sobrinho do governador e ex-secretário de Parcerias e Investimentos Claudinei Quaresemin; o ex-secretário de Segurança Pública Cristiano Barbosa Sampaio e o ex-secretário da Casa Civil Rolf Vidal.
Cinco delegados da Polícia Civil que continuam nos cargos atualmente tiveram pedidos de afastamento apresentados por supostamente terem contribuído para a atrapalhar as investigações.
A denúncia partiu de seis pessoas que teriam sido vítimas do esquema criminosos, segundo a PGR são delegados de polícia que foram perseguidos por investigar o governo e aliados políticos. A denúncia é assinada pela subprocuradora-geral da República, Lindôra Araújo.
Defesa de Carlesse
Em resposta, o advogado Nabor Bulhões, que representa o governador afastado, disse que já há “nenhum dado concreto” na investigação e que a denúncia é uma reprodução de todas as “conjecturas e presunções” que os procuradores construíram em torno de uma investigação que classificou como ‘unilateral’.