A União Nacional das Igrejas e Pastores Evangélicos (Unigrejas) emitiu uma nota de repúdio contra a campanha política do candidato à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pelas falsas afirmações sobre a liberdade religiosa no Brasil.
Em vídeo de campanha, intitulado “Lula sempre esteve ao lado dos cristãos”, o ex-presidente toma para si a autoria de projetos que foram apresentados por parlamentares cristãos beneficiando a comunidade religiosa.
“Na propaganda, o candidato afirma, de forma inverídica, que foi responsável por uma lei de liberdade religiosa no Brasil em 2003, que teria garantido o direito de exercício dessa liberdade. Informa que assinou lei que criou o Dia Nacional da Marcha para Jesus. Não menciona, porém, que ambas as leis por ele sancionadas foram aprovadas em rito legislativo no Congresso, e que não foram projetos de sua iniciativa”, diz a nota.
A entidade também critica o uso da imagem do Bispo Eduardo Bravo, presidente da Unigreja e membro da Igreja Universal do Reino de Deus que assina a nota de repúdio.
“Em primeiro lugar, o vídeo usa a imagem de muitas pessoas, inclusive a do Bispo Eduardo Bravo, sem autorização. Somente por este motivo, o vídeo já deveria ser retirado das mídias sociais do candidato e do partido”.
O texto cita ainda a lei da liberdade religiosa que teria acabado com a dúvida de organizar uma igreja e praticar a religião (Lei No 10.825, de 22 de dezembro de 2003) é fruto do Projeto de Lei 634/2003, de autoria do Deputado Federal Paulo Gôvea, do Partido Liberal.
Já a lei que cria o Dia Nacional da Marcha Para Jesus, foi uma iniciativa do Poder Legislativo, através do Projeto de Lei do Senado nº 376/2007, de autoria do então Senador Marcelo Crivella que foi aprovado pelo Congresso.
A nota questiona também a fala que “nos oito anos de governo Lula foi o período de maior liberdade para as igrejas”. Segundo a Unigrejas, a campanha de Lula mente ao dizer tal afirmação, pois “o Brasil tem uma tradição de liberdade religiosa bem solidificada desde o Decreto 119-A, de 1890, revigorado pelo Decreto n 4.496, de 2002, assinado pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso (…) A verdade é que tanto antes governo do agora candidato, o Brasil já gozava de plena liberdade de religião e crença, e assim continua sendo até hoje”.
Outro ponto da carta sugere que a campanha de Lula “explique para o eleitor a sua simpatia ao regime comunista chinês, que persegue cristãos e limita a liberdade religiosa, bem como seu apoio ao governo ditatorial de Daniel Ortega, na Nicarágua, que tem fechado rádios católicas e perseguido a Igreja, ao ponto até mesmo de expulsar freiras do país”.