Governo Lula estaria interferindo nas eleições da Frente Parlamentar Evangélica, diz site

De acordo com o site Gazeta do Povo, o governo Lula (PT) estaria por trás do adiamento da votação para a presidência da Frente Parlamentar Evangélica (FPE). O objetivo do governo é conseguir maior influência com a bancada através de um líder menos conservador como é o atual presidente, o deputado federal Silas Câmara (Republicanos-AM).

Câmara indicou Otoni de Paula (MDB-RJ) para ocupar o lugar, mas não houve acordo com os parlamentares, pois o indicado está cada vez mais próximo do governo federal. Deputados conservadores são contra essa aproximação e assim surgiu outros dois nomes para a disputa: deputado Gilberto Nascimento (PSD-SP) e deputada Greyce Elias (Avante-MG).

Em entrevista ao Gazeta do Povo, Nascimento destacou a união da Bancada Evangélica, uma das mais expressivas dentro do Congresso Nacional. Ele também não vê que o governo tenha controle sobre a frente.

“A Frente Parlamentar Evangélica é uma coisa simbólica. Pode ter eventualmente alguém que tenha simpatia por A ou por B, mas não vejo o governo com controle sobre ela”.

O deputado, que é pastor, também disse que o grupo política defenderá sempre as pautas que os elegeram. Neste caso, relacionadas à visão cristã. “Entre defender as pautas que os trouxeram para cá e se alinhar com governo ou oposição, os deputados ficam com a defesa das pautas”.

E continuou: “O que temos é um papel espiritual e político de união. Não adianta acirrar no político e depois não conseguir mais unir o grupo”.

Quatro deputados disputam a presidência da Bancada Evangélica; saiba quem são

A disputa pela presidência da Bancada Evangélica no Congresso Nacional tem quatro candidatos. O cargo, que tem duração de dois anos, será decidido entre os deputados Otoni de Paula (MDB-RJ), Greyce Elias (Avante-MG), Gilberto Nascimento (PSD-SP) e Gilvan Máximo (Republicanos-DF). Atualmente, a Frente Parlamentar Evangélica conta com 219 integrantes, entre deputados e senadores.

A presidência foi intercalada na última gestão entre Eli Borges (PL-TO) e Silas Câmara (Republicanos-AM). Enquanto Borges é aliado de pautas conservadoras e de Jair Bolsonaro (PL), Câmara tem perfil mais conciliador com o governo Lula (PT). Para seu sucessor, Câmara indicou Otoni de Paula.

Pela primeira vez, a Bancada Evangélica da Câmara dos Deputados enfrenta uma disputa para o cargo de coordenador. Tradicionalmente, a escolha é feita por consenso entre os membros do grupo. No entanto, a candidatura de Otoni de Paula tem gerado desconfiança entre os colegas devido à sua aproximação com o governo Lula, o que abriu espaço para novas candidaturas.

  • Otoni de Paula (MDB-RJ) está em seu terceiro mandato como deputado federal, eleito pela primeira vez em 2018.
  • Greyce Elias (Avante-MG) também cumpre seu terceiro mandato e representa o estado de Minas Gerais.
  • Gilberto Nascimento (PSD-SP) está em seu quinto mandato e tem experiência como deputado estadual e vereador.
  • Gilvan Máximo (Republicanos-DF), por sua vez, cumpre seu primeiro mandato, eleito em 2022.

Luana Piovani ataca Daniel Alves e a Bancada Evangélica 

Nesta quinta-feira (5), a atriz Luana Piovani criticou a mudança religiosa do ex-jogador Daniel Alves que fez algumas publicações nas redes sociais cantando música gospel e estudando a Bíblia. Em uma publicação nos stories do Instagram, a atriz atacou também a Frente Parlamentar Evangélica.

“Qual será o próximo passo? Uma candidatura a deputado, seguido de um assento na chamada ‘bancada evangélica’ do Congresso? Que de evangélica só carrega o nome?”, escreveu a atriz em um story ao som da música Brasil, de Cazuza.

As críticas de Luana se referem ao passado recente do ex-jogador da Seleção Brasileira que foi condenado  a quatro anos e meio de prisão por estupro, mas deixou a prisão em março de 2024 após pagar uma fiança de 1 milhão de euros (cerca de R$ 5,5 milhões). Atualmente, ele vive em uma mansão próxima a Barcelona, na Espanha, sob restrições judiciais, como a proibição de deixar o país.

Luana não foi a única que criticou a aproximação de Daniel Alves com a fé evangélica, muitos internautas fizeram comentários negativos para o ex-atleta que, diante da pressão, excluiu suas redes sociais, tanto Instagram, quanto o X.

Frente Parlamentar Evangélica apoia Hugo Motta para presidência da Câmara

Nesta terça-feira (12/11), o presidente da Frente Parlamentar Evangélica, Silas Câmara (Republicanos-AM), anunciou o apoio da bancada à candidatura de Hugo Motta (PB) para a presidência da Câmara dos Deputados. O encontro aconteceu em uma churrascaria no Setor de Clubes Esportivos Sul, em Brasília, e contou com a presença do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

“Essa reunião que hoje a diretoria da frente teve com o futuro presidente Hugo Motta foi justamente para debater esse roteiro. Chegamos a um denominador de que nós temos convicção, a certeza e o conforto de que a convivência será boa para que nós possamos, durante os próximos dois anos, ter, através dos trabalhos da casa, uma possibilidade real de produzir o melhor para o Brasil”, afirmou Silas Câmara.

Hugo Motta, líder do Republicanos, destacou que mantém um bom relacionamento com diversas frentes e pretende seguir o exemplo de Arthur Lira, promovendo um diálogo constante com diferentes setores da sociedade. “Hoje é um dia de muita alegria e de certeza de que estamos no caminho certo para a construção de uma eleição vitoriosa”, disse Motta.

Além do apoio da Frente Parlamentar Evangélica, Motta já recebeu respaldo de diversos partidos, como PL, PT, PCdoB, PV, PRD, Rede, Solidariedade, Cidadania, PSDB, PSB, PDT, MDB, PP e Podemos. Juntas, essas legendas somam 385 deputados. Apesar disso, o voto na eleição para a presidência da Câmara é secreto, e os parlamentares não são obrigados a seguir as orientações de seus partidos.

Lula avalia aproximação com evangélicos e pode oferecer Ministério

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva considera convidar um integrante da Frente Parlamentar Evangélica para chefiar um ministério, possivelmente uma mulher. Fontes próximas ao presidente indicam que o plano busca diminuir a resistência de evangélicos ao governo e, ao mesmo tempo, ampliar o diálogo com o eleitorado feminino.

Lula enfrenta desafios para se aproximar desse público desde o início de seu mandato. Nos últimos meses, ministros intensificaram encontros com lideranças evangélicas. A expectativa é que o presidente faça uma reforma ministerial em fevereiro de 2025, após as eleições para o comando da Câmara e do Senado, com uma equipe ajustada ao cenário político pós-eleições municipais.

Segundo o jornal Estado de São Paulo, entre os nomes considerados para um ministério estão a senadora Eliziane Gama (PSD-MA) e a deputada Benedita da Silva (PT-RJ), que já integrou o governo Lula em 2003. Um dos ministérios em foco é o do Desenvolvimento Social, responsável pelo programa Bolsa Família, atualmente comandado por Wellington Dias (PT).

A aproximação entre o Planalto e os evangélicos tem sido liderada por Jorge Messias, chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), que mantém contato com várias denominações. “Tenho me esforçado para transmitir uma mensagem de paz e mostrar que o governo respeita valores cristãos”, declarou.

Recentemente, Messias esteve em uma reunião em que Lula comentou sobre um “livramento” ao se ferir no Palácio da Alvorada. Poucos dias antes do acidente, Lula recebeu orações de parlamentares evangélicos, durante a sanção de uma lei que institui o Dia Nacional da Música Gospel.

Presidente da Bancada comenta

Apesar dos esforços, o presidente da Frente Parlamentar Evangélica, Silas Câmara (Republicanos-AM), afirma que ainda não há compromissos com o governo. Segundo ele, embora o diálogo exista, mudanças de postura são necessárias para uma aproximação mais sólida.

Câmara também alertou sobre o crescimento do conservadorismo em contextos internacionais, citando a recente vitória de Donald Trump nos EUA como um exemplo. Para ele, é um sinal de que a esquerda precisa se reconectar com as expectativas da sociedade.

“Lula gosta de fazer é retórica para tentar enganar os evangélicos”, diz Sóstenes Cavalcante

Na última semana, o deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) criticou a atitude do também deputado Otoni de Paula (MDB-RJ) durante a cerimônia de sanção da Lei que cria o Dia Nacional da Música Gospel. O evento aconteceu no Palácio do Planalto, onde Otoni elogiou o presidente Lula (PT) e fez uma oração pelo governante.

Sóstenes expressou surpresa pela mudança de postura de Otoni, que antes era próximo ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). “Eu discordo do deputado Otoni de Paula Júnior, até acho muito estranho a mudança de postura dele, pela intensidade que ele foi inclusive vice-líder do governo Bolsonaro”, afirmou o parlamentar. Ele ainda destacou que percebeu a mudança de posicionamento político de Otoni desde as eleições de 2022.

Segundo Sóstenes, a decisão de Otoni em se filiar ao MDB, um partido de centro, indica uma tentativa de se afastar de posições mais à direita. “Se viesse ao PL, o PL o receberia de braços abertos, ele tem votos, teria votos para estar eleito no PL, mas fez a opção de ir para um partido de centro”, comentou o deputado.

Além de criticar a mudança de postura de Otoni, Sóstenes também apontou um distanciamento entre o segmento evangélico e a esquerda política no Brasil. Para ele, essa distância está relacionada à falta de autocrítica dos partidos de esquerda. “Os estatutos de partidos de esquerda brasileiro e latino-americanos afrontam frontalmente os valores. Enquanto não houver autocrítica da esquerda, esse distanciamento vai ser cada vez maior”, declarou.

O deputado acredita que o presidente Lula tenta conquistar o apoio dos evangélicos apenas com discursos, sem demonstrar arrependimento pelos escândalos de corrupção que marcaram os governos petistas. “O que o presidente Lula gosta de fazer é retórica para tentar enganar os evangélicos, mas isso ele não vai conseguir”, disse Sóstenes. Ele acrescentou que, para haver uma reaproximação, a esquerda precisaria reconhecer erros e pedir perdão. “Se eles tiverem autocrítica, reconhecerem seus erros, com certeza terão o perdão de todos nós”, concluiu.

A fala de Sóstenes reflete a posição de parte da Bancada Evangélica, que se mantém crítica ao governo federal e à aproximação de alguns de seus membros com o atual presidente.

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Saiba + “Soberba”: Kamala Harris zomba de cristãos que declararam que “Jesus é o Senhor”

Após críticas, Otoni de Paula justifica apoio a Lula em evento no Planalto: “Não diminui a minha história”

O deputado federal Otoni de Paula (MDB-RJ) se manifestou em um vídeo publicado nas redes sociais para esclarecer as críticas recebidas após sua participação em um evento no Palácio do Planalto, onde discursou a favor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a sanção do Dia Nacional da Música Gospel. No vídeo, Otoni explica que esteve no evento representando o presidente da Frente Parlamentar Evangélica, deputado Silas Câmara (Republicanos-AM).

“Me pediram para estar representando o deputado Silas Câmara nesta participação na frente parlamentar evangélica”, afirmou Otoni no vídeo, enfatizando que não estava no evento por vontade própria, mas como substituto de Câmara.

A presença do deputado gerou reações negativas, especialmente por ele ter sido um crítico feroz do governo Lula e um defensor declarado do ex-presidente Jair Bolsonaro. No vídeo, Otoni relembra o início de seu discurso durante o evento, que não apareceu nas gravações divulgadas: “Nesta fala, não saiu no vídeo, eu começo dizendo que a prouve a Deus, permitiu Deus que eu, que fui um dos mais ferrenhos defensores do antigo governo, do governo de Bolsonaro, e crítico ao senhor presidente Lula, e eu me dirigindo ao Lula, quis Deus que eu estivesse aqui agora representando a frente parlamentar evangélica nesse dia.”

Otoni ainda se defendeu das críticas, argumentando que não mentiu e que sua fala foi uma constatação de fatos históricos. “Pois bem, eu acho que mesmo você que tem alguma crítica por eu ter ido lá hoje no Palácio do Planalto, também vai concordar que eu não faltei com a verdade. Eu não menti, eu fiz um fato histórico, mostrando que Deus usa quem ele quer, e usa Lula, usa Dilma, usa Bolsonaro, Deus é maior do que tudo e maior do que todos, né?”, afirmou o deputado no vídeo.

O discurso de Otoni de Paula no evento gerou controvérsia, principalmente quando ele declarou, em um momento de sua fala, que Lula foi usado por Deus para abençoar o povo de Deus. “Graças a essa visão social que nossas igrejas passaram a ter mais doutores e professores, gente que jamais poderia ter um diploma de curso superior se não fosse a visão do governo de Vossa Excelência”, disse o parlamentar durante a cerimônia, o que provocou reações de surpresa e descontentamento em parte da base da direita cristã.

O deputado finalizou o vídeo afirmando que sua participação no evento não compromete sua trajetória política e religiosa. “O fato de eu ter ido ao Palácio do Planalto, representando a frente parlamentar evangélica, não diminui a minha história”, concluiu Otoni de Paula.

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Bancada Evangélica repudia ações do MPSP contra expressões religiosas nas Câmaras Municipais

A Frente Parlamentar Evangélica do Congresso Nacional emitiu uma nota de repúdio às recentes ações do Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP) que visam retirar símbolos e citações religiosas das Câmaras Municipais do estado. Diversas Casas Legislativas têm sido alvo dessas iniciativas, gerando controvérsias sobre a liberdade de expressão religiosa no ambiente público.

O Tribunal de Justiça de São Paulo já acolheu um pedido para declarar a inconstitucionalidade de trechos da Resolução n. 105, de 05 de maio de 2010, da Câmara de Vereadores de Itapecirica da Serra. Essa resolução estabelecia a leitura de um versículo bíblico para a abertura de sessões, bem como a invocação da proteção de Deus para os trabalhos legislativos.

O jornal Estadão destacou pelo menos outros seis casos semelhantes, incluindo uma ação que mira o Poder Legislativo de São José do Rio Preto. Neste caso, a Procuradoria-Geral de Justiça argumenta que a presença de uma representação de Cristo crucificado no plenário viola a laicidade do Estado. Além disso, há um pedido para retirar referências religiosas tradicionalmente utilizadas no início das sessões da Câmara.

A Frente Parlamentar Evangélica ressalta a necessidade de destacar o modelo de laicidade adotado pelo Brasil, denominado colaborativo. Esse modelo, estabelecido pela Constituição de 1988, reconhece o fenômeno religioso como algo intrinsecamente positivo, merecendo ampla garantia e proteção na esfera pública. O país defende a livre expressão das diversas manifestações religiosas, inclusive permitindo a colaboração entre o Poder Público e organizações religiosas para fins de interesse público.

O Supremo Tribunal Federal já se manifestou sobre o assunto, enfatizando que o princípio da laicidade não deve ser confundido com laicismo, e a separação entre Igreja e Estado não implica no isolamento da religião à esfera privada.

Diante desse contexto, a Frente Parlamentar Evangélica exige respeito à diversidade religiosa e repudia o comportamento do MP.

Confira a nota: