A vereadora evangélica Sonaira Fernandes, indicada como secretária da Mulher no governo de Tarcísio de Freitas em São Paulo, respondeu aos ataques que vêm sofrendo nas redes sociais afirmando que a oposição a seu nome se dá por sua fé cristã.
A Secretaria Estadual de Políticas para a Mulher ainda não existe, e será criada pelo novo governador a partir de janeiro. O anúncio do nome de Sonaira Fernandes (Republicanos) foi recebido com muitos protestos de ativistas feministas e matérias repercutindo falas duras dela contra o aborto e as ideologias de esquerda.
A jornalista Mônica Waldvogel, da Globo News, usou o Twitter para criticar a vereadora: “O governador Tarcísio entrega ao bolsonarismo a secretaria que trata do que essa gente mais despreza: as mulheres. As ideias da indicada condensam a ignorância. Vergonhoso”.
Conservadora, a vereadora trabalhou com os deputados Eduardo Bolsonaro e Gil Diniz na Câmara e Assembleia Legislativa, respectivamente. A ligação estreita com o grupo mais próximo ao presidente Jair Bolsonaro é enaltecida por Sonaira em suas redes sociais, mas vem sendo usada pela imprensa como forma de rotula-la.
Em resposta a Waldvogel, Sonaira demonstrou disposição em defender seus posicionamentos: “Eu não sou ‘o bolsonarismo‘. Tenho nome, profissão, e sou dona da minha história. Não estou aqui para agradar quem quer me enfiar em uma carapuça ideológica porque sou mulher ou porque sou negra. Eu escolho quem quero ser e onde estar. E não há nada mais libertador do que isso!”.
De acordo com informações da revista Oeste, nas redes sociais militantes do feminismo seguiram a mesma linha: “Erradicamos a doença Bolsonaro, mas teremos uma maluca no governo Tarcísio”.
Na última segunda-feira, 26 de dezembro, a futura secretária estadual da Mulher declarou no Twitter que toda fonte de rejeição a seu nome vem do fato de ser serva de Jesus Cristo: “No Brasil o único preconceito socialmente aceito é contra os evangélicos. A nossa elite limpinha e progressista odeia ‘os crentes‘ e os católicos. Odeia o povo que tem em Cristo sua esperança. A elite do Projac vomita preconceitos enquanto sobe hashtags pedindo ‘mais amor’“.
Sobre seu trabalho a partir do próximo ano, Sonaira garante que não se deixará levar por críticas e também não fechará as portas para o diálogo com opositores: “No governo estadual, nosso trabalho assume uma dimensão extremamente diferente. Vamos trabalhar, inclusive, para os paulistas que não votaram em nós. A pauta de trabalho refletirá os interesses do povo paulista como um todo. E, nesse sentido, estaremos abertos ao diálogo respeitoso com todos os segmentos que nos procurarem”, disse, em entrevista à Folha.
–O escopo do trabalho será bastante diversificado. A saúde da mulher será uma das prioridades, assim como o apoio às mulheres empreendedoras. Vamos trabalhar, por exemplo, desde as demandas das mulheres que sofrem de endometriose até as questões que afetam as mulheres que estão na periferia buscando gerir seus pequenos negócios, encerrou.