O presidente Luiz Inácio Lula da Silva considera convidar um integrante da Frente Parlamentar Evangélica para chefiar um ministério, possivelmente uma mulher. Fontes próximas ao presidente indicam que o plano busca diminuir a resistência de evangélicos ao governo e, ao mesmo tempo, ampliar o diálogo com o eleitorado feminino.
Lula enfrenta desafios para se aproximar desse público desde o início de seu mandato. Nos últimos meses, ministros intensificaram encontros com lideranças evangélicas. A expectativa é que o presidente faça uma reforma ministerial em fevereiro de 2025, após as eleições para o comando da Câmara e do Senado, com uma equipe ajustada ao cenário político pós-eleições municipais.
Segundo o jornal Estado de São Paulo, entre os nomes considerados para um ministério estão a senadora Eliziane Gama (PSD-MA) e a deputada Benedita da Silva (PT-RJ), que já integrou o governo Lula em 2003. Um dos ministérios em foco é o do Desenvolvimento Social, responsável pelo programa Bolsa Família, atualmente comandado por Wellington Dias (PT).
A aproximação entre o Planalto e os evangélicos tem sido liderada por Jorge Messias, chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), que mantém contato com várias denominações. “Tenho me esforçado para transmitir uma mensagem de paz e mostrar que o governo respeita valores cristãos”, declarou.
Recentemente, Messias esteve em uma reunião em que Lula comentou sobre um “livramento” ao se ferir no Palácio da Alvorada. Poucos dias antes do acidente, Lula recebeu orações de parlamentares evangélicos, durante a sanção de uma lei que institui o Dia Nacional da Música Gospel.
Presidente da Bancada comenta
Apesar dos esforços, o presidente da Frente Parlamentar Evangélica, Silas Câmara (Republicanos-AM), afirma que ainda não há compromissos com o governo. Segundo ele, embora o diálogo exista, mudanças de postura são necessárias para uma aproximação mais sólida.
Câmara também alertou sobre o crescimento do conservadorismo em contextos internacionais, citando a recente vitória de Donald Trump nos EUA como um exemplo. Para ele, é um sinal de que a esquerda precisa se reconectar com as expectativas da sociedade.