O ex-deputado federal Jean Wyllys (PT) disse que perdeu o cargo que lhe seria dado na Secretaria Especial de Comunicação da Presidência (Secom) por “homofobia”, o que acabou sendo um “livramento”. “A homofobia contra mim sabotou minha ida para o governo (um livramento ao final!)”, escreveu nas redes sociais nesta quarta-feira, 27.
Ele compartilhou uma publicação do ex-deputado estadual Arthur do Val, comentando que ele “falou a verdade por não saber escrever a mentira que pretendia contar”.
Ao tentar surfar na onda, este idiota motivado 👇🏽e criminoso do MBL- que teve o mandato cassado por assédio sexual a mulheres vítima da guerra da Ucrânia – falou a verdade por não saber escrever a mentira que pretendia contar. De fato a homofobia contra mim sabotou minha ida para… pic.twitter.com/dhXEJSKNFi
— Jean Wyllys (@jeanwyllys_real) September 27, 2023
Segundo Wyllys, ele retornou ao Brasil e foi acolhido pela primeira-dama, Janja Lula da Silva. Informou que assumiria um cargo na comunicação oficial da Presidência, a Secom, coordenada pelo ministro Paulo Pimenta.
No entanto, poucos dias depois do seu retorno ao País, o ex-deputado protagonizou uma discussão com o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), nas redes sociais, o que colocou a sua nomeação em xeque após ser acusado de homofobia.
Dias depois do governo Lula encerrar o modelo de gestão cívico-militar das escolas, Leite afirmou que o manteria nos estabelecimentos de ensino do seu Estado.
Wyllys rebateu o governador. “Que governadores héteros de direita e extrema-direita fizessem isso já era esperado. Mas de um gay…? Se bem que gays com homofobia internalizada em geral desenvolvem libido e fetiches em relação ao autoritarismo e aos uniformes; se for branco e rico então… Tá feio, ‘bee’ (gíria para homem homossexual)”, escreveu o ex-deputado.
O tucano chamou a manifestação de Wyllys de “deprimente e cheia de preconceitos em incontáveis direções” e disse lamentar “a ignorância” do ex-parlamentar. Além disso, Leite levou o caso ao Ministério Público (MP), que conseguiu na Justiça uma ordem para que Wyllys apagasse a publicação.
No dia 15 de setembro, o MP gaúcho ingressou com uma ação criminal contra o ex-deputado, pedindo a condenação dele por injúria, cuja pena é de um a seis meses de detenção.