Nesta terça-feira (22), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) declarou que será o candidato da direita à Presidência da República em 2026. A afirmação ocorreu em uma coletiva de imprensa em São Paulo, onde ele estava acompanhado do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e do prefeito Ricardo Nunes (MDB) após um almoço.
Bolsonaro, que foi considerado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2023, afirmou que sofreu perseguições políticas. Ele mencionou que, ao falar sobre a próxima eleição, o escolhido para representá-lo “é o Messias”, referindo-se ao seu nome do meio. Além disso, disse que “o pessoal tem saudade” dele e se autodenominou “o ex mais amado do Brasil”.
“Quem é o substituto do Lula no Brasil na política? Não tem. De Bolsonaro? Tem um montão por aí. Eu colaborei formando lideranças, e estou muito feliz com isso. Só fiz um bom governo e o povo reconhece”, declarou o ex-presidente.
O governador Tarcísio de Freitas reafirmou que Bolsonaro será o candidato da direita em 2026, mas não comentou sobre a possibilidade de ser candidato também. “Eu sou monotemático, meu foco agora é a eleição de domingo, 27”, afirmou, referindo-se às eleições municipais.
Ricardo Nunes fez sua primeira aparição pública ao lado de Bolsonaro desde o início da campanha. Apesar de ter apoiado Bolsonaro na reeleição e indicado o coronel Mello Araújo como seu vice, o ex-presidente não participou ativamente da campanha. “O que tinha que ser feito da minha parte foi feito. Colaborei da maneira que pude colaborar. Temos aqui o Mello Araújo, indicado por mim, foi aceito por todos os partidos coligados”, explicou Bolsonaro.
Ex-presidente segue inelegível
Em junho de 2023, o Tribunal Superior Eleitoral condenou Bolsonaro por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação, tornando-o inelegível até 2030. A decisão foi baseada em uma reunião que ele realizou com embaixadores estrangeiros no Palácio da Alvorada, em julho de 2022. Durante o evento, transmitido pela TV oficial do governo, Bolsonaro fez acusações sem provas contra o sistema eleitoral do país.
Em novembro de 2023, Bolsonaro também foi condenado ao lado do seu ex-vice, Braga Netto, por abuso de poder político e uso indevido da comunicação oficial durante as comemorações do Bicentenário da Independência. O TSE apontou que as cerimônias públicas realizadas no Rio de Janeiro e em Brasília tiveram caráter eleitoral.
A defesa do ex-presidente tenta derrubar essas decisões para que ele possa disputar as eleições dentro de dois anos.