Da Redação – Dermival Pereira
A Câmara de Vereadores de Palmas presenciou na manhã desta quarta-feira, 19, durante a sessão plenária, uma nova troca de acusações entre a vereadora Vanda Monteiro (PSL) e o líder do Governo na Casa, vereador Major Negreiros (PSB). Na Tribuna, Vanda exigiu retratação do colega pelos xingamentos que ela alega ter sofrido ainda nessa terça-feira, 18, durante discussão na sala de reuniões.
Em discurso, Vanda disse que “fiquei profundamente ferida com as ofensas do vereador Major Negreiros, que me chamou de pilantra. Eu mereço retratação pelas ofensas, ninguém aqui é obrigado fazer nada, não consigo entender porque o senhor agiu daquela forma comigo. O senhor elogiou a atitude do vereador Filipe (Fernandes) que saiu da base do governo, e eu fui agredida apenas porque não quis falar”, disse em discurso.
A vereadora disse ainda em seu pronunciamento que não irá se calar diante das ofensas do vereador Major Negreiros, e disse que inferno não é seu lugar:
“Não posso e não vou abaixar diante dessas ofensas; não aceito colocar o dedo na minha cara. Fui acusada de não ter lado, eu sou da base do prefeito e ele sabe que pode contar comigo, também quero afirmar que no inferno não é meu lugar, até porque sou mulher de Deus. Apontar o dedo na minha cara e me taxar de pilantra não é conduta de um vereador, fizemos um juramento de agir sempre com ética e respeito. Quero pedir que vossa excelência se retrate”, exigiu a parlamentar.
Vereadores comentam
A vereadora Laudecy Coimbra (PMDB), saiu em defesa da colega. “Quero lamentar o ocorrido aqui ontem, independentemente de ser mulher ou homem, conte com meu apoio vereadora, nós merecemos respeito aqui nessa casa”, disse.
O colega de partido de Vanda, vereador Gerson Alves também comentou o ocorrido. “Lamento o ocorrido, não estou aqui para jogar pedra em ninguém, desde ontem essa Casa vem pegando fogo. Eu conheço meu amigo Major Negreiros e tenho certeza que ele irá repensar e pedir desculpas, eu espero isso dele”, declarou.
Briga de irmãos
Também na tribuna, Lúcio Campelo (PR) repercutiu o assunto.
“Nós somos irmãos, irmãos brigam entre irmãos, foi um debate político, naquele momento não estava em jogo a pessoa, mas o político. A Câmara tem capacidade de resolver isso, eu externei isso a vossa excelência vereadora, a não levar isso para a sociedade, eu espero que vossa excelência (Vanda) e o Major Negreiros se tornem maior do que são hoje. Cabe a senhora o perdão, como mulher de Deus”, sugeriu Lúcio.
Rogério Freitas disse que “quando nós discutimos um período eleitoral, fala se muito em gênero, no parlamento, a discussão não deve ser de gênero, mas de capacidade técnica, se toda vez que o vereador Folha discutir comigo, por exemplo, eu tiver que ir na delegacia, pode montar um postinho aqui. A vereadora está aqui como parlamentar, aqui é parlamento, haverá sim, discussão”, afirmou.
Em um novo à parte, Vanda rebateu Freitas: “Como parlamentar, eu exijo respeito, se vossa excelência não viu, não devia está comentando”, rebateu.
Negreiros Rebate
Major Negreiros também usou a tribuna logo em seguida, e foi aí que o clima ficou tenso. Negreiros iniciou o discurso, agradecendo os simpatizantes da vereadora que estavam em plenário. “Bom dia a todos, bom dia a torcida organizada da vereadora Vanda, que inclusive, trabalham na prefeitura e deviam estar no trabalho, já que agora é hora de expediente. Quero informar que, quando ganhei para presidente a vereadora Vanda foi a primeira pessoa que eu recebi e indiquei para um cargo com um salário de 4 mil. Depois ela foi acusada de pedir dinheiro para empresários e foi exonerada pelo prefeito, corri atrás e ela retornou pra o cargo”, criticou.
Continuou Negreiros, “o que aconteceu aqui ontem foi que eu pedi para a vereadora defender a gestão após o discurso do vereador Milton Neris, ela foi brusca, disse que não iria fazer a defesa. Eu me calei e sai. Quando ela falou que queria falar comigo, eu não quis e ela insistiu, uma vez eu chamei os vereadores de malandros aqui, mas não era pra vocês não, era pra ela. Você é malandra, malandra como pessoa não, malandra como parlamentar, você é malandra, você não está sendo tratada como pessoa não, mas como vereadora,” acusou Negreiros por várias vezes, na tribuna.
A partir desse momento, as acusações se generalizaram e a sessão foi suspensa por dez minutos, depois o presidente José do Lago Folha voltou e encerrou a sessão.