O indígena José Acácio Serere Xavante, de 42 anos, foi preso na noite desta segunda-feira, em Brasília, sob acusação de “protestos antidemocráticos”. O pedido de prisão temporária, por dez dias, partiu da Procuradoria-Geral da República e foi determinado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
A decisão aponta ainda que Serere Xavante teria realizado manifestações em diversos locais de Brasília, como em frente ao Congresso Nacional, no Park Shopping, na Esplanada dos Ministérios e em frente ao hotel onde estão hospedados o presidente e o vice-presidente da República eleitos.
Leia também: Diplomação: Moraes exalta Lula e ameaça manifestantes bolsonaristas
“A manifestação, em tese, criminosa e antidemocrática, revestiu-se do claro intuito de instigar a população a tentar, com emprego de violência ou grave ameaça, abolir o Estado Democrático de Direito, impedindo a posse do presidente e do vice-presidente da República eleitos”, diz ainda a PGR.
Natural de Poxoreu, em Mato Grosso, Serere Xavante é filiado ao Patriotas. Ele foi candidato a prefeito de Campinápolis, município situado a 658 quilômetros de Cuiabá. Ele teve apenas 689 votos e não foi eleito. Nas redes sociais, o Serere Xavante se apresenta como pastor evangélico e missionário da Associação Indígena Bruno Ômore Dumhiwê.
Reação
Em protesto à prisão do indígena, manifestantes atearam fogo em pelo menos dois ônibus e dez veículos. A tropa de choque precisou intervir, e os policiais utilizaram bombas de efeito moral e bombas de gás lacrimogêneo. Houve tentativa de invasão do prédio da PF, localizado no início do Asa Norte, no centro de Brasília.