Uma idosa que frequentava a Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) conseguiu na Justiça o direito de receber uma indenização por ter quebrado o fêmur durante um culto.
O caso aconteceu em fevereiro de 2013 no templo do bairro Jardim Baronesa, em Osasco (SP). Na época, a idosa tinha 86 anos e caiu depois que o pastor, orando por uma pessoa supostamente possuída, acabou derrubando a vítima que estava na primeira fileira.
No entendimento da juíza Mariana Horta Greenhalgh, da 6ª Vara Cível de Osasco, “é inegável que os fatos narrados ensejaram, além da lesão física, sofrimento e angústia à autora, tendo em vista as fortes dores oriundas da fratura do fêmur e o comprometimento de seus movimentos, pelo que restam configurados os danos morais”.
Maria de Lourdes Souza de Oliveira, hoje com 90 anos de idade, deve receber R$ 10 mil de indenização por parte da IURD, mas a denominação pretende recorrer da decisão.
Através de uma nota à revista Isto É, a Igreja Universal afirmou que agiu com responsabilidade durante o acidente e a idosa recebeu todo apoio.
“Repudiamos, porém, o juízo baseado em total ausência de provas, do qual pretendemos recorrer às instâncias superiores”, escreveu.
Mas para o advogado Eliél de Carvalho, a idosa não recebeu socorro por parte dos responsáveis pela igreja de Osasco e que sua cliente foi levada ao hospital por amigos da família.
Carvalho alega também que, igreja não prestou qualquer tipo de ajuda no momento do incidente ou em ocasiões posteriores – mesmo ela sendo frequentadora há 24 anos.
Sem condições de arcar com o tratamento na rede privada de saúde, a idosa recebeu tratamento no Sistema Único de Saúde e o advogado tentará recorrer da sentença para aumentar a indenização.
“Entendemos que ela foi boa, mas que esse valor não significa nada para uma instituição do tamanho da Universal. O dano moral tem um poder punitivo. Nesse caso, teria que ser uma indenização de no mínimo R$ 100 mil”, afirma.