Em meio ao debate acalorado e ao julgamento em curso no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a possível liberação do aborto, o Pastor Augustus Nicodemus, teólogo da Igreja Presbiteriana e líder respeitado no meio evangélico, fez declarações significativas sobre o tema, destacando a perspectiva cristã em relação ao tema.
Nicodemus abordou o assunto de maneira direta e respeitosa, observando que, “para os cristãos comprometidos com a Palavra de Deus, o aborto é um assunto particularmente delicado”. Ele explicou que a ausência de um mandamento direto na Bíblia, como “Não abortarás”, deve-se à mentalidade israelita antiga, na qual o aborto era impensável. Naquela época, as crianças eram consideradas como dádivas divinas, e a gravidez era vista como uma bênção de Deus, com a falta de filhos sendo considerada uma maldição. O pastor destacou que a proibição genérica “Não matarás” abrangia essa questão. No entanto, ele reconheceu que os tempos mudaram e que a sociedade moderna, em muitos casos, vê os filhos como obstáculos para a realização pessoal, financeira e social. Apesar disso, Nicodemus enfatizou a importância da igreja continuar a se guiar pela Palavra de Deus, que valoriza a vida.
O pastor também abordou o debate em torno da humanidade do feto, ressaltando que a questão central é quando o embrião/feto se torna um ser humano com direito à vida. Ele apontou para a diversidade de opiniões, com alguns argumentando que isso ocorre após um certo período de gestação, enquanto outros, incluindo biólogos, geneticistas e médicos, defendem que a vida começa na concepção. Nicodemus enfatizou que as Escrituras confirmam que Deus considera sagrada a vida das crianças não nascidas, apesar de algumas passagens serem difíceis de interpretar. Ele argumentou que a Bíblia ensina que o corpo, a vida e as faculdades morais do homem têm origem na concepção.
Ao discutir a santidade da vida, o pastor Nicodemus apontou que a sociedade frequentemente não reconhece esse valor, substituindo-o por fatores utilitários e egoístas, como a conveniência pessoal e financeira. Ele instou a igreja a manter a visão de que o ser humano é feito à imagem de Deus e possui uma alma imortal, com um valor intrínseco que não deve ser determinado por fatores sociológicos e financeiros.
O pastor concluiu seu comentário enfatizando que, diante de situações complexas como a gravidez de risco e o estupro, a solução sempre deve ser a favor da vida. Ele destacou a importância de a igreja oferecer orientação, apoio e compaixão àqueles que enfrentam dilemas tão difíceis, enfatizando que a condenação não substitui a necessidade de apoio e acompanhamento. Nicodemus expressou a importância da Igreja em estar presente para auxiliar e orientar em momentos tão desafiadores, especialmente considerando a dor e o sofrimento das vítimas de estupro, enfatizando que o aborto não é a solução para essas questões complexas.
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