A grande quantidade de acidentes registrados em Araguaína tem preocupado os órgãos de saúde. Para tentar diminuir o número de casos, foi criado um comitê de trânsito, que tem monitorado a situação para adotar medidas que combatam esse tipo de violência.
De acordo com a Polícia Militar, no ano passado foram 512 colisões contabilizadas no município. Neste ano, até outubro, foram 417.
Já os números divulgados pelo Samu são ainda maiores. Segundo os dados, foram 1.938 acidentes no ano passado. Neste ano, foram 800. A diferença entre os números gera desinformação e interfere até nas políticas públicas adotadas para resolver o problema.
“É muito difícil hoje o cidadão buscar uma informação se ele não sabe com quem está essa informação. A partir do momento em que há um órgão responsável por ser gestor dessa informação, ele é responsável por prestar a informação de forma precisa para a sociedade”, explicou o perito em trânsito Francisco Soares.
Em média, 20 vítimas de acidente de trânsito são levadas para o Hospital Regional de Araguaína a cada fim de semana. A maioria são jovens, do sexo masculino. O hospital é referência para 65 municípios do norte do Tocantins, Pará e Maranhão.
“No Hospital Regional de Araguaína existe um planejamento de toda a assistência que presta à população em torno de 65 municípios. Todo esse planejamento pode cair por terra se esse número de acidentes não reduzir. Por mais que nós possamos pensar em melhorar, em quantificar, em colocar aditivos de contrato para melhorar a quantidade de material, nós sempre vamos ter problema porque não temos tanto espaço assim”, explicou o enfermeiro Jader José Rosário.
Há iniciativas no município para tentar frear os altos índices. O programa Vida no Trânsito começou em 2010 como teste em algumas capitais. Agora, está sendo colocado em prática em todos os municípios, com o objetivo de identificar as causas de acidentes com mortes e lesões graves. A intenção é desenvolver ações que melhorem o dia a dia no trânsito.
“Nosso objetivo é fazer a junção, formar um tabela única de dados confiáveis e assim, fazermos estatísticas das causas, consequência e locais dos principais acidentes. Com os relatórios, poderemos subsidiar o poder público, orientar nas ações e investimentos sobre os acidentes de trânsito”, explicou a representante do comitê de trânsito.
Sobre a diferença nos números apresentados pela PM e Samu, a Agência de Segurança, Transporte e Trânsito de Araguaína disse que cada órgão tem estatísticas próprias e que na maioria dos casos, a vítima de acidente de trânsito, costuma ser atendida por mais de um órgão.
Explicou ainda que um dos principais motivos para a implantação do Comitê de Trânsito é a inserção das informações em uma única plataforma, fazendo a unificação dos dados e criando uma lista única de ocorrências. Conforme o município, isso vai possibilitar que os órgãos implementem ações mais estratégicas e façam intervenções para reduzir o número de acidentes na cidade.
Com G1