Na América Latina, o Bitcoin continua liderando o mercado de criptomoedas, de acordo com um relatório da Bitso, plataforma de serviços financeiros cripto que opera em diversos países da região. O estudo, chamado Panorama Cripto na Região: Resumo do Primeiro Semestre de 2024, revelou que 53% das carteiras de criptomoedas na LATAM contêm Bitcoin, reafirmando a popularidade dessa moeda digital como uma reserva de valor e investimento seguro em tempos de volatilidade econômica.
O mercado cripto na América Latina
O relatório da Bitso destaca o impacto de eventos em todo o mundo, como o quarto halving do Bitcoin e a aprovação de ETFs baseados em Bitcoin e Ethereum, que contribuíram para o aumento da adesão de criptomoedas na região. Além disso, avanços em regulamentações cripto no mercado global também ajudaram a fortalecer a confiança dos investidores na América Latina, especialmente em países como México, Brasil, Colômbia e Argentina.
Uma informação importante do relatório é sobre o aumento na aquisição de altcoins e shitcoins, criptomoedas menores e de alto risco, mas que despertam o interesse de investidores mais ousados. Solana, por exemplo, teve um grande crescimento, registrando um aumento de 677% no seu valor em um ano, impulsionado pela eficiência em transações rápidas e com baixas taxas.
Além disso, memecoins como Pepe registraram um aumento de interesse, passando de 1% para 7% na preferência de compra de criptomoedas entre os investidores na região. Esse interesse por shitcoins promissoras e projetos de tokens inovadores reflete a busca por diversificação no portfólio, uma vez que esses ativos oferecem alto potencial de valorização para investidores que aceitam correr mais riscos.
Para os brasileiros, essa tendência tem sido observada especialmente entre investidores mais jovens, que estão mais dispostos a apostar em criptomoedas emergentes, mesmo sabendo do risco associado. Além do Bitcoin, o relatório da Bitso mostrou que as moedas estáveis (stablecoins), como USDC e USDT, vêm ganhando popularidade, principalmente na Argentina, onde a alta inflação leva os cidadãos a buscar alternativas de proteção contra a desvalorização do peso.
As stablecoins representam cerca de 36% das carteiras de criptomoedas da região, um grande aumento em comparação ao semestre anterior. A análise também revelou que o Brasil é um destaque na posse de Bitcoin, sendo o segundo país com maior volume de compras de BTC na região, com 24% do total, atrás apenas do México, com 30%.
Essa preferência pelo Bitcoin, particularmente em um momento de incertezas econômicas, mostra o interesse dos brasileiros em ativos alternativos e menos suscetíveis a oscilações da economia local. O Brasil tem uma base cada vez maior de usuários de criptomoedas, com um enorme aumento na participação de investidores no mercado de Bitcoin e outras criptos.
Com a desvalorização do real e a alta volatilidade do mercado financeiro, o Bitcoin e outras criptomoedas são uma alternativa atrativa para investidores brasileiros que buscam proteção contra a inflação e oportunidades de rendimento. Outro dado importante é que o Brasil lidera em termos de diversificação no portfólio dos investidores.
Isso aponta para um mercado amadurecendo e mais preparado para lidar com a volatilidade do universo cripto, onde investidores estão cada vez mais abertos a explorar novas opções além do Bitcoin. Daniel Vogel, CEO da Bitso, ressaltou que a América Latina é uma das regiões mais férteis para o crescimento das criptomoedas, devido à combinação de alta digitalização e desafios econômicos.
Segundo Vogel, o número de clientes da Bitso cresceu 16% no primeiro semestre de 2024, com um aumento expressivo de usuários fora do México, especialmente na Argentina, Brasil e Colômbia. Ele também comentou que os resultados desse relatório mostram que a adoção de criptomoedas na América Latina está em expansão, e essa tendência deve se consolidar nos próximos anos.
Vogel acredita que isso é apenas o começo e que o potencial de transformação financeira no futuro é enorme. A adesão cada vez maior ao Bitcoin e outras criptomoedas no Brasil e em outros países da LATAM revela o papel fundamental que as criptomoedas estão assumindo na economia da região. Com o fortalecimento das regulamentações e a popularização dos criptoativos, a América Latina deve oferecer oportunidades tanto para investidores conservadores quanto para os mais aventureiros.