Protesto durante culto em igreja de SP reacende debate sobre eleição de liderança
Membros da Assembleia de Deus de Santo André (SP) interromperam o culto deste domingo (9) com cartazes e gritos por eleições para escolher a nova liderança da igreja. A manifestação, que ocorreu durante os louvores, expôs a insatisfação de parte dos fiéis com a permanência do pastor Leandro no cargo. Apesar da polícia ter sido acionada pelo líder religioso, os agentes não intervieram, e o protesto seguiu pacificamente.
Culto vira palco de protesto por eleições
O clima de adoração tradicional da Assembleia de Deus deu lugar a um protesto inédito. Enquanto hinos eram entoados, dezenas de fiéis ergueram cartazes com frases como “queremos eleição” e “a igreja não é sua, a igreja é de Jesus!”. Os gritos ecoaram pelo templo, misturando-se às orações, em um cenário que dividiu a atenção dos presentes. A reivindicação central é a realização de uma votação democrática para definir a presidência da instituição, atualmente sob comando do pastor Leandro, alvo de críticas por parte dos manifestantes.
Polícia é chamada, mas protesto segue sem intervenção
Diante da pressão, o pastor Leandro optou por acionar a polícia, que chegou ao local ainda durante o culto. Testemunhas relataram que os agentes conversaram com ambas as partes, mas decidiram não intervir, já que o protesto permaneceu pacífico. A decisão permitiu que os manifestantes continuassem a expressar suas demandas até o final do culto, sem confrontos. A atitude da polícia foi interpretada por alguns fiéis como um respaldo ao direito de manifestação, enquanto outros questionaram a necessidade de envolver autoridades externas em um conflito interno.
Impasses judiciais prolongam crise na liderança
A disputa pela presidência da igreja já está nas mãos da Justiça, mas o processo segue sem decisão final. Enquanto o Judiciário não se pronuncia, a tensão entre a administração atual e os críticos se intensifica. Membros da congregação afirmam que a indefinição jurídica alimenta a polarização, com parte da comunidade defendendo a manutenção do pastor Leandro e outra exigindo transparência na sucessão. A falta de consenso reflete debates mais amplos sobre governança e participação em instituições religiosas.
Opiniões dividem fiéis nas redes sociais
Nas redes, o caso gerou centenas de comentários. Alguns apoiaram o pastor, argumentando que a hierarquia da igreja deve ser respeitada. Outros defenderam o protesto, destacando que a demanda por eleições é legítima. “A igreja é um corpo, e todos devem ter voz”, escreveu um usuário. Já outro questionou: “Chamar a polícia para resolver conflitos internos é compatível com os valores cristãos?”. A discussão revela um embate entre tradição e modernidade, com a comunidade religiosa em busca de um caminho que equilibre fé e representatividade.