Por Francisco Vieira
O ser humano em geral adora colocar a culpa nos outros. Mas a classe política é especialista em arrumar desculpas. Diariamente sê pode ver e ouvir nos meios de comunicação, acusados nas falcatruas de corrupção dizer que tudo que delatores falam é mentira e que na verdade os acusadores é que são os culpados e que dizem o que dizem somente para escapar da prisão. O jogo da culpa é destrutivo. É responsável por atos lamentáveis e em nível interpessoal (social, familiar e relacionado ao trabalho), por uma quantidade considerável de frustração humana e infelicidade.
Em Brasília, no mundo do poder parece que o pensamento corrente é que se algo deu errado (ou não é como deveria ser), alguém que não sejam eles mesmos deve ser identificado e culpado por causar a situação. Nessa semana começaram a discutir a segunda denúncia contra o Presidente e também aconteceu a votação da questão de afastamento de um senador. O que se percebe é que no centro das decisões os políticos agem como se não devessem aceitar nenhum grau significativo de responsabilidade pela situação, na medida em que fazê-lo seria admitir serem diminuídos como pessoa, merecedores de desaprovação e tratamento negativo. O mais impressionante é que não ligam para opinião pública. O importante é se manterem no poder. Muito do descontentamento com a classe politica tem a ver com a recusa de assumirem responsabilidade pessoal. As pessoas cometem erros e se envolvem em ações lamentáveis. Mas ao não assumir a responsabilidade, o caminho para a mudança construtiva é bloqueado. Essa recusa é testada pela crença de que, de alguma forma, não é bom cometer erros.
É melhor culpar os outros do que admitir a culpa. Pois, cometer erros significa ser falho e ser falho significa ser indigno de respeito. Existe uma expectativa de que os lideres políticos e gestores em geral, deveriam ao menos serem pessoas de conduta ilibada. Enquanto as pessoas não são perfeitas, podem aprender com seus erros – mas apenas se os admitirem e mudarem seu comportamento. Infelizmente, o jogo de culpa parece ser a norma. Nunca assumem a menor falha possível. É o outro que é culpado.
Enquanto isso o Tocantins assiste a campanha antecipada com boatos e desmentidos de formação de grupos, união de lideranças. Todo mundo querendo uma fatia do bolo, que não vai ter pedaços para tanta gente. E tivemos ainda a briga para ver quem vai controlar as emendas federais. Uma verdadeira competição para administrar o dinheiro que vem dos nossos bolsos.
O próximo ano será um teste para ver se o descontentamento do eleitor causará mudança significativa na representação politica. E tenho dito.