Amigos de Yousef Nadarkhani e Abdolreza Hagjnejad, conhecido como Matthias, compartilharam um pedido de oração pelos dois cristãos. Eles foram convocados para comparecer mais uma vez diante da corte sob acusações relacionadas a ameaças à segurança nacional.
Em 2017, Yousef Nadarkhani foi sentenciado a dez anos de prisão e a dois anos de exílio no Sul do Irã por “agir contra a segurança nacional e propagar igrejas domésticas e o cristianismo zionista”. Algum tempo depois, a sentença foi reduzida após uma revisão do caso.
Em fevereiro deste ano, Yousef foi um dos sete cristãos que receberam o perdão do governo durante as celebrações do aniversário da Revolução Iraniana. No entanto, o perdão de Yousef foi parcial. Ele saiu da prisão, mas ainda terá que cumprir o exílio e recebeu açoites que lhe foram impostos.
Novas acusações
No último domingo, 9 de julho, Matthias foi transferido para um presídio em Minab, no Sul do Irã, para continuar cumprindo a pena original de seis anos de prisão recebida em 2012. A punição havia sido revogada em 2014, porém, em 2020, foi imposta novamente sobre o cristão, que voltou à prisão em janeiro de 2023 na sua cidade natal, Bandar Anzali, depois de participar de um culto de Natal.
Quando voltou para a prisão, Matthias sequer teve a oportunidade de se despedir da esposa e da filha. Agora ele está a mais de 1.600 quilômetros da família. Havia esperança de que o perdão oferecido à esposa do pastor, Anahita, fosse estendido a ele, mas não foi o que aconteceu.
Recentemente, Ramin e Saeede, um casal de cristãos no Irã que também foi preso por participar de atividades cristãs, fizeram uma acusação formal contra Yousef e Matthias, o que levou às novas acusações não especificadas e à convocação da corte iraniana, uma ameaça à liberdade recém-conquistada pelo pastor Yousef. Segundo a organização cristã Christian Solidarity Worldwide (CSW), o casal foi vítima de tortura psicológica durante o interrogatório.
“Está claro que esses homens estão sendo assediados por causa do papel de liderança deles na igreja. Isso é uma violação da determinação da Suprema Corte do Irã de 2021 que determina que pregar o cristianismo não pode ser considerado uma ameaça à segurança nacional”, acrescenta um representante da CSW.