O pastor Yago Martins, conhecido por seu canal “Dois Dedos de Teologia”, criticou duramente a iniciativa do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) de fiscalizar os chamados “intervalos bíblicos” nas escolas estaduais. A medida do MPPE, instaurada em abril de 2024, ganhou destaque nos últimos dias após a repercussão da crítica de Martins e de parlamentares da bancada evangélica da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe).
Os “intervalos bíblicos” são momentos organizados pelos próprios estudantes durante o recreio, em que se reúnem para professar sua fé cristã, predominantemente protestante. O Ministério Público instaurou um procedimento administrativo para acompanhar essas atividades e verificar a questão da laicidade nas escolas públicas.
Em um vídeo recente, Yago Martins compartilhou sua indignação com a ação do MPPE, afirmando que ele próprio participou de intervalos bíblicos durante sua juventude e que considera a fiscalização desnecessária. “Eu ajudava a coordenar intervalo bíblico nas escolas quando era adolescente”, lembrou o pastor. Ele argumentou que essas atividades fazem parte da liberdade religiosa garantida aos estudantes e criticou o uso de recursos públicos para investigar algo que, segundo ele, não prejudica o ambiente escolar.
Martins encorajou os jovens a resistirem pacificamente à medida, sugerindo que criem mais grupos de intervalos bíblicos nas escolas como forma de protesto. “Meu chamado é esse: você é adolescente? Faça um intervalo bíblico na sua escola. Junte seus amigos, leia a Bíblia, sem incomodar ninguém. Façam isso de forma pacífica e amorosa, como os cristãos devem agir”, disse ele.
O pastor conclamou os estudantes a permanecerem firmes em sua fé, mesmo diante de uma sociedade que se opõe ao cristianismo. “Estudem a Bíblia, leiam a palavra, permaneçam crentes em um mundo que odeia a nossa fé”, declarou Yago, reforçando a ideia de que a liberdade religiosa deve ser defendida nas escolas.
A crítica de Yago Martins e a mobilização de parlamentares evangélicos geraram um novo foco de discussão sobre a atuação do MPPE. O Ministério Público marcou uma audiência pública para o dia 23 de novembro, onde o tema será debatido com professores, gestores, alunos e representantes da sociedade civil.
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