Pastor canta hit romântico para esposa no altar e gera debate sobre limites do sagrado
Um vídeo do pastor Carlos Moysés, líder do ministério Voz da Verdade, cantando “Alma Gêmea”, de Fábio Jr., para a esposa durante um culto viralizou nas redes sociais. Publicado em 10 de fevereiro de 2025 no perigo Fala Farizeu, o registro mostra o momento em que o religioso entoa a canção secular no altar da igreja, gerando reações polarizadas. Enquanto alguns elogiaram o gesto como uma “unção romântica”, outros acusaram o líder de “profanar o sagrado”.
Serenata gospel-romântica divide fiéis
A cena, sem data confirmada, mostra o pastor Carlos Moysés segurando uma Bíblia enquanto dedica a música à esposa, em um tom que mistura devoção e romantismo. O vídeo acumulou 1,5 mil curtidas e 835 comentários no Instagram, revelando um embate entre tradição e contemporaneidade. Para parte dos usuários, a iniciativa foi um respiro afetivo em meio à rigidez litúrgica. Já críticos compararam o ato a um “desvio espiritual”, citando até passagens bíblicas para contestar a escolha musical.
“Deus gosta de romance”, rebate pastor
Em defesa da performance, Moysés argumentou que a fé não anula a expressão do amor conjugal. “Pastor também canta outras músicas, tudo que não tem besteira, tudo que é romântico Deus gosta”, afirmou, citando o livro de Cantares, parte da Bíblia conhecida por sua linguagem amorosa. “Talvez você não lê, por isso você é tão seco com a sua mulher”, completou, em uma provocação aos que questionaram sua postura. A referência ao texto sagrado, no entanto, não calou os opositores.
Comentários revelam tensões entre sagrado e profano
Nas redes, a polarização refletiu debates mais amplos sobre o papel da igreja na vida privada. Um usuário disparou: “Decadência total. Saul, depois de perder a unção, também ficou possesso”. Outro ponderou: “Ouvir música boa não faz mal, mas dentro da igreja já é demais”. Em contraponto, defensores lembraram que gestos de afeto podem ser mais autênticos que aparências: “Melhor cantar pra esposa do que bater nela e posar de homem de Deus”.
Entre a unção e o tabu: qual o limite?
O episódio escancarou uma discussão recorrente em comunidades religiosas: até que ponto a liturgia pode incorporar expressões culturais secularizadas? Para alguns, a serenata simboliza uma fé que dialoga com a vida cotidiana. Para outros, representa uma quebra de protocolos considerados intocáveis. Enquanto o debate segue aquecido, o pastor Carlos Moysés mantém sua posição: o amor, desde que “sem besteira”, tem espaço até no púlpito.