As eleições presidenciais na Nigéria chamam a atenção da comunidade internacional para a política africana. O país mais populoso do continente, com 220 milhões de habitantes, realiza eleições neste dia 25 de fevereiro para escolher o próximo presidente até 2027.
Nas últimas eleições, houve confrontos entre apoiadores de diferentes candidatos, resultando em centenas de mortos, e as atuais pesquisas sugerem tensão. Os candidatos dos dois principais partidos são muçulmanos, e a componente étnica é fundamental para entender a complexidade eleitoral no país.
A população cristã, cerca de metade da população total, tem intenção de voto difícil de medir, mas um partido com um candidato cristão está concorrendo, embora com poucas chances de vitória.
A perseguição aos cristãos continua sendo um problema no país, mas não é um tema destacado na cobertura da mídia sobre as eleições.
Perseguição
A violência e o terrorismo perpetrados por grupos extremistas islâmicos, como o Boko Haram e o Estado Islâmico na África Ocidental (ISWAP), têm afetado gravemente a população cristã na Nigéria. De acordo com relatórios de organizações de direitos humanos, os cristãos são alvos frequentes de ataques violentos, assassinatos, sequestros e deslocamentos forçados em várias partes do país.
O Boko Haram, por exemplo, é conhecido por sua campanha de terror contra cristãos e outras minorias religiosas na Nigéria, tendo sido responsável por diversos ataques em igrejas, escolas e outros locais públicos. Em alguns casos, o grupo chegou a exigir que os cristãos se convertessem ao islã ou fossem mortos. O ISWAP, por sua vez, tem sequestrado e assassinado cristãos, além de destruir igrejas e outras propriedades cristãs.
Os cristãos na Nigéria têm pedido ação do governo e da comunidade internacional para protegê-los contra esses ataques e para garantir sua liberdade religiosa. No entanto, muitos sentem que suas vozes não estão sendo ouvidas e que as autoridades estão falhando em protegê-los adequadamente.
Além disso, a violência e o terrorismo têm causado um impacto psicológico significativo nos cristãos nigerianos, que vivem sob constante ameaça e medo. Muitos têm sido forçados a abandonar suas casas e comunidades, deixando para trás tudo o que possuíam. Essa situação tem levado a um grande número de deslocados internos na Nigéria, muitos dos quais vivem em condições precárias e enfrentam dificuldades para obter acesso a alimentos, água e cuidados de saúde adequados.