Apesar de o preço de diversos alimentos continuar subindo, o frango, que é uma das principais proteínas do cardápio dos brasileiros, apresentou um recuo. Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o preço desacelerou porque a procura pelo produto foi menor. Em São Paulo, por exemplo, a diminuição chegou a 1,7% em fevereiro.
Ainda assim, o valor médio é maior do que o apurado no mês de janeiro. Então, os consumidores não têm tantos motivos para comemorar. Saiba mais!
Momento otimista para comprar frango
Será que o momento está otimista para comprar o produto? Sim e não. O frango está mais caro, assim como outros produtos. Porém, o custo dele ainda está mais baixo com relação a outros alimentos. A diminuição da procura também fez com que houvesse uma redução nos valores.
A sobrecoxa resfriada, por exemplo, estava cotada a R$ 6,29, uma diminuição de 2,8% ao começo de fevereiro. No entanto, em janeiro, o produto saia em média 5,3% mais barato. Por sua vez, a galinha congelada tem custado R$ 6,59, de acordo com o Folheto Atacadão². Em contrapartida, uma bisteca sai por mais de R$ 16. No Carrefour, também há diferença. Enquanto um kilo de filé de peito de frango chega a custar R$ 15, a bisteca está R$ 21.
Diante das opções e dos custos, o momento é favorável para o consumo de frango. Mesmo que o preço não esteja tão baixo como o consumidor encontrou em outros momentos, agora não pode não ser a hora para ter tanto critério.
Preço dos alimentos ainda assusta
Depois de ter subido 25% em média no ano passado, o preço dos alimentos ainda assusta os consumidores. Segundo artigo publicado pela CNN³, embora a expectativa seja de que o aumento não seja tão grande este ano, as compras ainda estarão caras.
Isso porque é provável que não haja uma desaceleração real – como a que está ocorrendo com o frango. Além da relação entre demanda e consumo, há outros fatores que contribuem para pesar no preço.
O arroz, por exemplo, chegou a custar R$ 40 em alguns lugares. Entre as razões para o aumento estava a valorização do dólar, que tornou o produto brasileiro mais vantajoso para o mercado externo e a diminuição da safra asiática.
Outro produto que surpreendeu os consumidores foi o feijão, até porque, é algo do dia a dia. O grão preto chegou a aumentar 40% de janeiro a novembro do ano passado. Somados, esses reajustes impactaram diretamente no orçamento.
Por sua vez, a renda dos brasileiros não está acompanhando o aumento dos preços, o que também tem contribuído para a diminuição do poder de compra. O salário mínimo atual permite comprar 1,58 cestas básicas. De 2010 a 2019 – com exceção de 2016 – era possível adquirir duas cestas4. Ou seja, é como se o dinheiro do consumidor diminuísse, já que o rendimento não acompanha os reajustes nos produtos.
Como visto, o preço do frango teve uma desaceleração em fevereiro, o que pode ser um motivo para incluí-lo no cardápio. Ainda que os preços dos alimentos sigam altos, é importante estar de olho em pequenas mudanças para garantir a economia.
Fontes:
1: Análise Cepea do preço dos frango – https://www.portaldbo.com.br/preco-da-carne-de-frango-recua-na-2o-quinzena-de-fevereiro/
2: Folheto Atacadão com valores atualizados dos alimentos https://www.portafolhetos.com.br/atacadao/
3: Artigo da CNN sobre o aumento dos preços dos alimentos – https://www.cnnbrasil.com.br/business/2021/01/05/preco-da-comida-nao-deve-subir-tanto-em-2021-mas-vai-continuar-alto
4: Artigo sobre poder de compra – https://brasil.elpais.com/brasil/2021-01-13/toda-semana-os-produtos-ficam-mais-caros-e-corto-a-lista-viver-com-o-pior-salario-minimo-em-15-anos.html