O Ministério Público de São Paulo pediu o arquivamento do processo contra o apóstolo Valdemiro Santiago após avaliar que o vídeo sobre a venda de feijões milagrosos foi manipulado.
O líder da Igreja Mundial do Poder de Deus foi acusado de vender feijões que curavam a covid-19 em 2020, por valores que variavam entre 100 e 1 mil reais. Por isso, o MP entrou com uma ação cobrando de Santiago uma indenização de R$ 300 mil por “prática abusiva”.
Agora, os promotores identificaram que o religioso foi vítima de uma acusação falsa. Junto com a perícia criminalística, concluíram que houve “edição fraudulenta” dos vídeos apresentados na denúncia.
Os vídeos originais da TV Mundial não continham as falas descritas na ação judicial. Na conclusão dos peritos, a alusão aos “feijões mágicos” teria sido uma figura de linguagem usada pelo religioso. Dezenas de testemunhas também afirmaram que Valdemiro não teria oferecido os tais grãos com propriedades de cura.
Leia trecho do relátorio do MP:
“Em relação ao segundo arquivo, que possui uma conotação jornalística, são apresentadas edições fraudulentas que teriam sido realizadas por terceiros, com o intuito de alterar o sentido da mensagem do arquivo 01 (vídeo original) antes de publicar o vídeo em sítios da internet”.
Entretanto, este vídeo supostamente editado e publicado em certos sítios da rede, não foi enviado a este relator. (…) Em nenhum momento, Valdemiro vendeu sementes de feijão como promessa de cura para a doença causada pelo novo coronavírus (Covid-19)”.
“Assim, sem elementos suficientes para a persecução penal, o Ministério Público promove o ARQUIVAMENTO (destaque do autor) do presente inquérito policial, com as ressalvas contidas no artigo 18 do Código de Processo Penal”.