Está viralizando pelas redes sociais o vídeo onde um padre é interrompido por agentes da fiscalização da prefeitura de Duartina, interior de São Paulo, enquanto fazia a missa de Vigília Pascal na noite do último sábado (3) com transmissão ao vivo.
O padre Edson Shigueo Shiramizu estava no altar quando um fiscal chega até ele e exige que a missa seja encerrada.
Obedecendo os agentes, o padre decide encerrar a reunião que tinha começado há apenas 35 minutos e, pedindo desculpas, se despede dos fiéis que acompanhavam de suas casas.
“Bom gente, vamos terminar aqui. Aqui em Duartina a situação é que não pode haver nem live, então, terminaremos para evitar maiores complicações. Peço ao pessoal que está nos acompanhando que nos desculpe”, disse o padre.
Prefeito diz que tinham pessoas na missa
No vídeo é possível ver os bancos vazios, mas o prefeito da cidade, Aderaldo Pereira de Souza Júnior, informou que os agentes não pediram para acabar a transmissão online, apenas para que as pessoas presentes fossem embora.
Duartina tem um decreto desde 1º de abril (nº 2381) que proíbe a realização de missas e cultos presenciais em razão da pandemia.
Bispo de Bauru se pronuncia e nega que haviam fiéis na igreja
Dom Rubens Sevilha, Bispo de Bauru (SP), emitiu uma nota sobre o caso dizendo que a situação foi “lastimável”, pois o padre seguia todas as exigências sanitárias e que as portas estavam fechadas, sem a participação de fiéis.
“Como pode ser observado na transmissão, amplamente divulgada pela mídia em geral, a Igreja estava vazia quando o padre foi surpreendido com a entrada de fiscais da Prefeitura Municipal de Duartina, interrompendo a Celebração e determinando o encerramento da Missa, num ato de total desrespeito a fé católica e de afronta ao Código Penal Brasileiro, que em seu artigo 208”, diz a nota do bispo.
O líder local da Igreja Católica também afirmou que, pelo horário do culto, já estava valendo a decisão do ministro Kassio Nunes sobre cultos presenciais com 25% do público.
“A Diocese de Bauru esta providenciando a aplicação de todo ordenamento jurídico cabível a esse lamentável ocorrido, pois não pode permitir que seus Templos e Liturgia sejam vilipendiados, uma vez que sempre zelou em cumprir e respeitar a legislação brasileira e, em se tratando das medidas de prevenção do contágio por Covid 19, os decretos estaduais e municipais emanados pelas respectivas autoridades civis”, encerra a nota.