Nesta terça-feira (4), a CPI da Pandemia ouviu o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, sobre como o governo federal planejou o enfrentamento da pandemia.
Durante seu discurso, Mandetta deu declarações que podem comprometer o presidente Jair Bolsonaro.
“O Ministério da Saúde foi publicamente confrontado, e isso dava uma informação dúbia à sociedade. O objetivo do Ministério da Saúde era dar uma informação, e o presidente dava outra informação. Em tempos de epidemia, você tem que ter a unidade”, disse.
Mandetta pediu demissão após ser contrariado publicamente pelo presidente. Segundo ele, na carta entregue a Bolsonaro, ele recomendava que o procedimento adotado pelo governo fosse revisto para “evitar colapso no sistema de saúde e gravíssimas consequências à saúde da população”.
Em seu depoimento, o ex-ministro declarou ainda que chegou a prever ao presidente e demais ministros que até o final do ano teriam 180 mil mortos, mas outras pessoas alegavam que o país não ia ter 2 mil mortos por covid.
“Acho que, naquele momento, o presidente entendeu que aquelas outras previsões poderiam ser mais apropriadas. Ele declarou ainda que o presidente recorria a “outras fontes” e a um “assessoramento paralelo”.
Outra fala comprometedora para o Bolsonaro é a questão da cloroquina. Primeiro porque ele não viu a necessidade de investir na produção de mais medicamentos e segundo por ter pedido para mudar a bula do remédio.
Outros ex-ministros também irão depor
Ainda esta semana os senadores irão depor na CPI. Nelson Teich falará amanhã e Eduardo Pazuello remarcou para a próxima semana.