A Justiça da Finlândia começou a julgar a deputada Päivi Räsänen, 62 anos, médica e ex-ministra que passou a ser atacada e, posteriormente, processada por seu posicionamento à respeito da família tradicional.
Räsänen tuituo versículos bíblicos, mais precisamente Romanos 1: 24-27 que critica a homossexualidade. A deputada fazia uma crítica à sua igreja, Luterana, que em 2019 apoio um evento pelo orgulho LGBT.
Após o tuíte, a ex-ministra começou a ser investigada pela polícia, pois foi denunciada por grupos pró-LGBTQ+.
Outros pronunciamentos da política foram encontrados, como um panfleto de 2004 e uma aparição em um programa de televisão de 2018.
Julgamento pode abrir espaço para punir cristãos
A defesa de Räsänem pede ao tribunal que não imponha sua própria interpretação teológica das Escrituras, pois isso criminalizaria a doutrina cristã tradicional sobre o casamento e sexualidade.
Mas a ex-ministra não está sozinha, a bispa luterana Juhana Pohjola também está sendo acusada do mesmo ‘crime’. A defesa sustenta que uma condenação das duas acusadas equivaleria a criminalizar, de fato, a Bíblia.
O procurador-geral da Finlândia acusou as duas de “agitação étnica”, o que pode ser considerado “crime de guerra” ou “contra a humanidade” segundo a interpretação que venha a ser dada do código penal do país. Para a promotoria, as declarações de Räsänen “provavelmente causariam intolerância, desprezo e ódio aos homossexuais”.