A CPI da Pandemia ouviu nesta terça-feira (25) a secretária executiva do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, que foi bastante pressionada pelos senadores.
Para a jornalista Patrícia Lages, a médica, chamada ironicamente de Capitã Cloroquina, foi desrespeitada pelos senadores e os grupos feministas se calaram com a forma como ela foi tratada.
Mayra Pinheiro tem um currículo perfeito, mas foi tratada como um criminoso pelos senadores da oposição.
Ao comentar o que viu, a jornalista da Record declarou: “Em uma CPI conduzida exclusivamente por senadores homens, uma mulher foi bombardeada por quase seis horas, sendo interrompida inúmeras vezes e, enquanto respondia questões complexas, tinha de manter o foco mesmo com seus inquiridores subindo o tom”.
No final, Patrícia entendeu que foi a médica quem conseguiu dar um show durante a CPI, mostrando todo seu conhecimento médico.
A jornalista viu também o presidente da CPI, senador Omar Aziz, dizendo mais de uma vez que a resposta da secretária “não interessava” para ele, pois ia contra a narrativa que estão criando dentro da comissão.
“Para piorar, momentos depois de impedi-la de dar a devida explicação, o mesmo Omar Aziz afirma que não sabe o que é TrateCov e começa a tentar adivinhar a sigla”.
Feministas se calam
Lages diz também em seu texto – leia aqui – que se surpreendeu com o silêncio das feministas que não defenderam a secretária.
“Mesmo diante de todo tratamento desrespeitoso para com uma mulher, o movimento feminista tem feito um silêncio ensurdecedor, o que só comprova se tratar de um braço político que nada tem a ver com os direitos das mulheres”, completa a jornalista.