O Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Sindpesp) emitiu, nesta segunda-feira (12), uma nota de repúdio contra a escola de samba Vai-Vai. Segundo a nota, o enredo apresentado na noite de sábado (10), no Sambódromo do Anhembi, em São Paulo, atuou com escárnio a figura de agentes da lei.
Também os deputado federal Capitão Augusto (PL-SP) e o deputado estadual Dani Alonso, do mesmo partido, enviaram ofícios ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e ao prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes, cobrando que os dois adotem medidas para punir a escola de samba Vai-Vai por conta do desfile do último sábado (10).
Os parlamentares querem que a agremiação seja impedida de receber recursos púbicos tanto da prefeitura como do estado no próximo ano.
A nota do Sindicato menciona a ala “Sobrevivendo no Inferno” e destaca o uso de chifres que remetiam à figura de um demônio e “demonizaram a Polícia”, motivo de “extrema indignação” por parte do Sindesp.
De acordo com o sindicado, o samba enredo afronta as forças de segurança pública, desrespeita e trata, de forma vil e covarde, profissionais abnegados que se dedicam, dia e noite, à proteção da sociedade e ao combate ao crime, muitas vezes, sob condições precárias e adversas, ao custo de suas próprias vidas e famílias.
“É de se lamentar que o Carnaval seja utilizado para levar ao público mensagem carregada de total inversão de valores e que chega a humilhar os agentes da lei”, destaca o sindicado.
O Sindpesp informa que não compactua a manifestação e presta solidariedade aos profissionais da segurança pública. “Estes, sim, verdadeiros heróis, que merecem homenagens, reconhecimento e mais respeito por parte da agremiação, para dizer o mínimo”, afirma.
Em nota, a Vai-Vai disse que o enredo do Carnaval deste ano “tratou-se de um manifesto, uma crítica ao que se entende por cultura na cidade de São Paulo, que exclui manifestações culturais como o hip hop e seus quatro elementos – breaking, graffiti, MCs e DJs”. “Além disso, o desfile buscou homenagear e dar vez e voz aos muitos artistas excluídos que nunca tiveram seu talento e sua trajetória notadamente reconhecidos”.