Da Redação JM Notícia
A idosa Mirelle Knoll, 85 anos, sobreviveu ao Holocausto, mas faleceu na última sexta-feira (23) vítima de um crime bárbaro em Paris que está sendo investigado pelas autoridades francesas como um homicídio doloso de caráter antissemita.
O apartamento onde Knoll morava foi incendiado e ela não conseguiu escapar. Duas pessoas foram indiciadas por “assassinato relacionado com a religião da vítima, real ou imaginada” e os dois acusados já respondem por outras acusações como roubo com agravante de destruição de propriedade.
Antes de ater fogo no imóvel, os criminosos mataram a idosa com golpes de facas. Segundo o jornal francês “Le Monde”, um dos homens afirmou que ouviu seu cúmplice gritar “Allahu akbar” (Alá é grande) durante o crime. O que levou a polícia a suspeitar de crime antissemita.
Um dos homens presos tem 27 anos e é vizinho de Knoll que o conhecia desde a infância. Ele foi visto com a vítima no dia da tragédia. Esse homem, que não teve a identidade revelada, tem passagens pela justiça por estupro contra a filha de 12 anos da ex-cuidadora da judia. O segundo homem acusado nesse caso é um morador de rua que também já tinha registros na polícia por roubos e ameaças.
O rabino chefe da França descreveu a morte de Knoll como um “horror”, e líderes judaicos pediram uma marcha em sua memória. O ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Yves Le Drian, que está em Israel, ressaltou que o crime “lembra do lado fundamental e permanente da batalha” contra o antissemitismo.
Pelo Twitter, o presidente francês, Emmanuel Macron, condenou o crime: “Expresso minha emoção ante o horrível crime contra Knoll. Reafirmo minha determinação absoluta a lutar contra o antissemitismo”, escreveu Macron.