Uma carta assinada por juízes, promotores, defensores e policiais foi entregue ao Senado Federal nesta segunda-feira (19) criticando a indicação do advogado-geral da União, André Mendonça, para o Supremo Tribunal Federal (STF).
O grupo que se intitula “antifascista”, diz que o futuro ministro tem “perfil teocrático, incompatível com o cargo que almeja”.
Tudo isso porque Mendonça é evangélico, pastor da Igreja Presbiteriana, que participou da sessão do STF que decidiu se as igrejas eram ou não serviços essenciais durante a pandemia.
Na ocasião, Mendonça foi favorável ao funcionamento das instituições religiosas, citando versículos da Bíblia em seu discurso, o que não agradou os críticos religiosos.
O documento apresentado também diz que Mendonça “se sujeita aos caprichos do presidente” e questiona as opiniões públicas de Mendonça sobre temas como uso medicinal da cannabis, aborto, direitos LGBTQ+ e classificam a indicação como “retrocesso preocupante aos direitos civis e aos valores laicos”.
Assinam a carta a Associação Juízes para a Democracia (AJD), Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD); Associação Advogadas e Advogados Públicas para a Democracia (APD); Associação de Advogados e Advogadas pela Democracia, Justiça e Cidadania (ADJC); Coletivo por um Ministério Público Transformador (Transforma MP); Coletivo Defensoras e Defensores Públicos pela Democracia; Instituto de Pesquisa e Estudos Avançados da Magistratura e do Ministério Público do Trabalho (Ipeatra) e Movimento Policiais Antifascismo.
Ao saber sobre o documento, a assessoria de André Mendonça declarou que a crítica é normal dentro do ambiente democrático e que ele se compromete com o Estado laico, a constituição e a democracia.