Nos últimos meses o governo de Nicarágua tem se levantado contra a Igreja Católica. Feiras da Associação Missionárias da Caridade, ordem fundada por Madre Teresa de Calcutá, foram expulsas e agora as rádios católicas foram fechadas.
As transmissões são feitas de dentro das igrejas, por isso, policiais invadiram os templos, ameaçaram padres e apreenderam os equipamentos de radiodifusão.
No dia 1º de agosto forças de segurança invadiram a capela Menino Jesus de Praga e a igreja da Divina Misericórdia, ambas localizadas na cidade de Sébaco, em Matagalpa, região norte do país, onde funcionava Rádio Católica de Sébaco, uma das sete estações da Diocese de Matagalpa. Horas antes da invasão, todas essas rádios foram fechadas pelo Instituto Nicaraguense de Telecomunicações e Correios (Telcor), sob a alegação de que os veículos não tinham licença para funcionar.
União Europeia condena perseguição do governo
A União Europeia (UE) condenou na quinta-feira o fechamento “arbitrário” das estações de rádio e disse que era “mais uma violação da liberdade de expressão e da liberdade de religião ou crença”. “A União Europeia condena o fechamento arbitrário de sete estações de rádio católicas pelas autoridades nicaraguenses em 1º de agosto, e de duas outras estações de rádio e televisão comunitárias pouco tempo depois”, disse a UE em uma declaração divulgada por seu escritório em Manágua.
A decisão do governo do presidente Daniel Ortega, através do Instituto Nicaraguense de Telecomunicações e Correios (Telcor), de fechar oito estações de rádio católicas, em meio a fricções entre o Executivo e a Igreja Católica, “constitui outra violação da liberdade de expressão e da liberdade de religião ou crença”, continuou a UE, após advertir que “a força policial excessiva foi usada para ocupar as instalações e para intimidar e dispersar manifestantes desarmados com gás lacrimogêneo e disparos”.
Violência sem precedentes
A UE lembrou que “desde 2018, o governo nicaraguense desencadeou níveis de violência sem precedentes contra seu próprio povo, recorrendo a assassinatos, desaparecimentos forçados, prisão, assédio e intimidação contra opositores políticos, jornalistas, defensores dos direitos humanos, religiosos e outros líderes”. Neste sentido, a UE exortou as autoridades nicaraguenses a cessar “toda a repressão e restaurar o pleno respeito de todos os direitos humanos”, e fez um “apelo urgente ao governo nicaraguense para que liberte imediata e incondicionalmente todos os presos políticos e anule todos os processos judiciais contra eles, inclusive suas condenações”.
Com informações Vatican News