Há muito se fala em blogs e canais assembleianos sobre a existência dos chamados “feudos ministeriais” na Assembleia de Deus do Brasil, que seria a existência de áreas de influência e controle ministerial, nas quais certos líderes ou famílias dominam igrejas ou convenções por longos períodos, de forma quase hereditária ou oligárquica. Sobre o assunto, o pastor e teólogo Geremias Couto foi questionado e não se furtou a responder.
Em uma recente interação nas redes sociais, ele respondeu a uma pergunta de um seguidor que questionou se “não é chegado o tempo de mudar a forma de governo das Assembleias de Deus no Brasil” e acabar com os “feudos ministeriais”.
Geremias Couto reconheceu a complexidade da questão ao afirmar: “Esse é um tema bastante difícil, porque as Assembleias de Deus começaram desde os tempos dos missionários sem a preocupação de estabelecer uma estrutura eclesiástica seguindo os modelos que conhecemos.” Segundo o teólogo, a denominação, em suas diversas formas, não tem uma uniformidade estrutural: “Na verdade, as Assembleias de Deus, nesse aspecto, são muito fragmentadas e existem orientações diferentes entre elas.”
Apesar da fragmentação, Couto destacou a dificuldade de uma possível mudança organizacional: “Eu acho humanamente muito difícil que seja possível mudar as estruturas já existentes.” Contudo, ele enfatizou a soberania divina em qualquer processo de transformação: “Deus tem os seus caminhos, Deus tem os seus planos e resta a todos nós estar debaixo da direção de Deus e cada um seguir o padrão do ministério ao qual está subordinado.”
Embora provocação do seguidor ao pastor seja uma pergunta retórica, o certo é que esse desejo não para somente nele, mas de muitos assembleianos Brasil a fora.
O tema permanece como um dos mais delicados dentro da Assembleia de Deus, uma denominação que, ao longo de sua história, tem se caracterizado pela diversidade ministerial e pela existência sim de alguns “feudos ministeriais” bem conhecidos.
Assista: