Um estudo realizado pela M&R Consultores em 2023 trouxe à tona uma mudança significativa na paisagem religiosa da América Central. Segundo os resultados, a fé evangélica emergiu como a religião majoritária na região, com 42% da população agora se identificando como protestantes, predominantemente cristãos evangélicos. Enquanto isso, 39,9% ainda se identificam como católicos romanos.
Esta pesquisa abrangente foi conduzida em várias nações da América Central, incluindo Nicarágua, Guatemala, Costa Rica, Panamá, El Salvador e Honduras. Raúl Obregón, da empresa de consultoria, explicou que o objetivo do projeto foi monitorar e avaliar periodicamente a evolução da religião na América Central.
Os dados revelam uma mudança notável na tendência religiosa, exemplificada pela situação na Nicarágua. Ao longo dos anos, a Igreja Católica perdeu 60% de seus fiéis no país, com apenas um terço da população ainda se identificando com essa fé. Em 1950, cerca de 96% dos nicaraguenses eram católicos praticantes, uma proporção que agora diminuiu para apenas 34%. Os não católicos, que constituíam 4,2% da população há algumas décadas, agora representam 65% em 2023.
Além disso, mais de metade dos que abandonaram a fé católica na América Central declararam ter se convertido ao protestantismo. A pesquisa da M&R Consultores também destaca que os cristãos evangélicos (42%) demonstram maior envolvimento em atividades religiosas regulares e cultos em comparação aos católicos (21%). Da mesma forma, os evangélicos (47%) exibem maior dedicação à oração e à leitura da Bíblia do que os católicos romanos (25%). Em relação ao dízimo, 68% dos evangélicos praticam essa contribuição, enquanto apenas 25% dos católicos o fazem. No que diz respeito às ofertas, 86% dos evangélicos participam, uma proporção maior do que os 80% dos católicos que fazem o mesmo.
A pesquisa também evidencia divergências significativas em questões éticas e morais. Enquanto 61% dos católicos consideram a prática homossexual como pecado, esse número aumenta para 85% entre os evangélicos. Além disso, 61% dos evangélicos concordam que tanto homens quanto mulheres devem se manter castos até o casamento, em comparação com 43,5% dos católicos. Em relação à visão sobre o casamento, 59% dos evangélicos acreditam que ele deve durar até a morte de um dos cônjuges, enquanto apenas 40% dos católicos compartilham dessa visão. Quando se trata da legalização do aborto, 6,6% dos evangélicos acreditam que é uma decisão da mulher sobre seu próprio corpo, em comparação com 8% dos católicos.
Esses dados revelam uma mudança significativa no cenário religioso da América Central, com a fé evangélica ganhando força e influência em questões éticas e morais na região.
Com Gospel Prime