Estudo: Maioria dos evangélicos apoia combate público do aborto pelas igrejas

Um recente estudo lançado pela Infinity Concepts, intitulado “Evangélicos na Arena Pública“, lança luz sobre as opiniões dos evangélicos americanos em relação ao envolvimento das igrejas e líderes religiosos em questões políticas e sociais. O debate há muito tempo polarizou as opiniões, mas o relatório destaca dois tópicos onde a maioria dos evangélicos concorda: o aborto e as expressões públicas de fé.

No contexto brasileiro, a análise da situação descrita nos Estados Unidos pode ser feita considerando o papel ativo das igrejas e líderes religiosos na política nacional, influenciando debates e apoiando candidatos, em consonância com a laicidade do Estado.

Assim como nos EUA, certos temas podem gerar consenso entre os evangélicos no Brasil, enquanto outros podem dividir opiniões, refletindo as características demográficas dos evangélicos brasileiros e suas inclinações políticas, que têm impacto significativo nas eleições e na formulação de políticas públicas.

Contra o aborto

De acordo com os dados coletados no final de 2023 e início de 2024, em uma amostra de 1.039 protestantes evangélicos, 54% acreditam que as igrejas e líderes religiosos devem se envolver publicamente na questão do aborto, enquanto 51% apoiam o envolvimento em definir o que é aceitável em expressões públicas de fé. No entanto, o relatório revela uma diversidade de opiniões em outras questões.

Entre as 11 questões examinadas, os evangélicos diferem em suas percepções. Enquanto alguns veem o aborto como uma questão religiosa (42%), outros o consideram predominantemente social (36%). Da mesma forma, temas como justiça racial, escolha escolar e transgenerismo são percebidos principalmente como questões sociais, enquanto a privacidade dos doadores é vista como uma questão política ou social.

O estudo também observa uma correlação entre a orientação política e as visões dos evangélicos. A maioria se descreve como politicamente conservadora (63%), com 24% se identificando como moderados e 12% como liberais. A idade, renda e etnia também desempenham um papel significativo nas inclinações políticas dos evangélicos.

No entanto, apesar das divergências políticas, o estudo destaca uma consistência notável em práticas religiosas entre os evangélicos, independentemente de suas inclinações políticas. A maioria participa regularmente de atividades religiosas, estuda a Bíblia e consome mídia cristã.