A Frente Parlamentar Evangélica (FPE), composta por 129 deputados e 17 senadores que se declaram evangélicos, além do apoio de mais de 220 deputados e 60 senadores, está atenta a aproximadamente 9 mil propostas legislativas que consideram prejudiciais. O atual presidente da Frente, deputado Silas Câmara (Republicanos-AM), que assumiu o cargo em agosto, sucedendo o deputado Eli Borges (PL-TO), revelou que a prioridade é monitorar propostas já existentes.
“Não vamos abrir discussões sobre novos temas. Existem quase 70 mil propostas legislativas na Câmara e no Senado, e dessas, monitoramos 9 mil por conterem elementos prejudiciais à sociedade, à família e à vida. Isso inclui questões como a legalização do aborto, direitos LGBT e medidas que suavizem as punições relacionadas ao consumo de drogas ilegais, indo contra nossos princípios”, afirmou Câmara à Revista AzMina. Ele destacou que qualquer iniciativa que vá contra os valores morais cristãos e conservadores está sob escrutínio da FPE.
Além de focar nas propostas em andamento, a FPE também está ativa nas comissões especiais do Congresso, lutando contra conteúdos que consideram prejudiciais. Os membros evangélicos conseguiram influência em comissões que tratam de temas como tradições, defesa da vida e família. A frente também inclui parlamentares católicos, com os quais compartilham suas agendas conservadoras. “Em qualquer grupo formado pelo Congresso para debater qualquer assunto, pode ter certeza: haverá um cristão presente”, afirmou Câmara.
Uma das principais ações da bancada evangélica no primeiro semestre de 2023 foi sua oposição ao PL 2630/2020, conhecido como “PL das Fake News”. Segundo Eli Borges, essa proposta ameaça a liberdade dos evangélicos, especialmente no que diz respeito à pregação dos ensinamentos da Bíblia Sagrada. Um levantamento do Instituto de Estudos da Religião (ISER) sobre a identidade religiosa dos deputados federais da legislatura 2023-2027 revelou que 45,4% se declaram católicos, 16,2% se identificam como cristãos e 14,8% (76) são evangélicos. Além disso, há 0,6% de parlamentares espíritas e afrorreligiosos cada, e uma parlamentar afirmou ter espiritualidade indígena (0,2%).