Há dois anos, Assunção, a esposa, a filha e mais outras quatro famílias cristãs precisaram deixar Yitzal Tres Lagunas, no Sul do México. A comunidade expulsou os seguidores de Jesus porque eles não concordavam em apoiar financeiramente as festas religiosas locais. A intolerância religiosa na cidade é algo histórico, que o homem de 31 anos experimentou desde criança, quando os pais dele decidiram mudar de fé. “Fomos rejeitados e as pessoas nos olhavam com nojo como se fôssemos párias. Durante anos, tivemos que viver com isso”, testemunha.
Apesar da oposição da comunidade, o evangelho foi se espalhando e alcançando mais pessoas. Assim também aumentava a hostilidade contra os novos cristãos. “Acho que eles estavam com medo do que estava acontecendo. Mais e mais pessoas estavam se convertendo à nossa fé e não gostaram disso”, explica. Com o passar do tempo, os cristãos sentiram necessidade de construir uma igreja, mas o novo prédio não chegou a ser erguido porque os vizinhos destruíram o pouco que estava feito.
A intolerância religiosa da comunidade ficou conhecida pelos governantes do estado de Chiapas. Então, houve uma intervenção das autoridades para estabelecer diálogos entre os cristãos e os líderes comunitários. Foi acordado que os seguidores de Jesus deveriam apoiar um dos cinco festivais promovidos pela igreja católica local. “Toda vez que havia uma reunião para toda a comunidade, o líder católico lia em voz alta uma lista de todas as pessoas que não haviam contribuído para todas as festividades”, denuncia.
A situação ascendeu um ressentimento contra os cristãos protestantes e a consequência foram as ameaças de expulsão da cidade. Para que isso não ocorresse, eles deveriam contribuir regularmente com os eventos da igreja católica e cumprir as tradições religiosas seguidas pela maioria da população. Mas o pai e o tio de Assunção se posicionaram contra a decisão de dar dinheiro para os festivais e, por isso, foram presos.
(Com Portas Abertas)