De acordo com um relatório divulgado na última quinta-feira (30), a Coreia do Norte foi acusada de cometer violações dos direitos humanos, incluindo a execução de crianças e mulheres grávidas, experimentos humanos e esterilização forçada de pessoas com nanismo. O relatório também afirma que o regime matou cidadãos por serem homossexuais, por motivos religiosos e por tentarem fugir do país, além de cometer escravidão e tortura.
Segundo testemunhos coletados de mais de 500 norte-coreanos que fugiram da terra natal de 2017 a 2022, o regime também forçou enfermeiras de um hospital a elaborar uma lista de mulheres com nanismo para realizar histerectomias e impedir que elas dessem à luz. Além disso, uma mulher grávida de seis meses foi executada pelo regime após um vídeo mostrar o momento em que ela aponta para um retrato do falecido Kim Il-sung enquanto dança em casa.
O relatório também revelou que seis adolescentes foram mortos a tiros por terem assistido a vídeos sul-coreanos e fumado ópio em um estádio na cidade de Wonsan. O regime ainda teria feito experimentos humanos com funcionários do Ministério da Previdência Social, supostamente com chantagens às famílias para permitir que os parentes se tornassem cobaias. Quem se recusa sofre ameaça de ser enviado a campos de prisioneiros.
Apesar de não ser possível verificar as descobertas do governo sul-coreano de forma independente, elas estão de acordo com investigações da ONU e relatórios de organizações não-governamentais. A Coreia do Norte rejeitou as críticas às condições dos direitos no país e as considerou como parte de uma conspiração para derrubar os seus governantes. O Ministério da Unificação, que é obrigado por lei a fazer uma avaliação anual da situação dos direitos humanos no Norte, divulgou publicamente o relatório pela primeira vez neste ano.