A confiança pública nos pastores caiu para um novo nível baixo, de acordo com a última pesquisa Gallup. A pesquisa, realizada nos EUA, descobriu que apenas 30% dos americanos classificam o clero como altamente honesto e ético, continuando uma tendência de queda. Embora seja um estudo focado no contexto norte-americano, ele reflete no Brasil devido à crescente influência cultural e religiosa dos Estados Unidos sobre igrejas e líderes brasileiros, além de questões globais, como escândalos envolvendo líderes religiosos, que têm repercussão internacional.
As descobertas da Gallup , divulgadas na semana passada, colocam o clero na 10ª posição entre as 23 profissões medidas. O clero foi classificado abaixo dos mecânicos de automóveis (33%), juízes (28%), mas acima dos banqueiros (23%) e operadores de casas de repouso (21%).
Alerta no Brasil
A redução na confiança pública nos pastores não deve ser ignorada pelas lideranças religiosas brasileiras. Embora o cenário cultural e social do Brasil apresente diferenças significativas em relação aos Estados Unidos, a percepção da ética e da honestidade entre os líderes religiosos atravessa fronteiras. Escândalos financeiros, abusos de poder e comportamentos incompatíveis com os princípios pregados têm impactado negativamente a imagem do clero em ambos os países. Para reverter essa tendência, é essencial que os líderes religiosos priorizem a transparência, o compromisso ético e a coerência entre discurso e prática, restaurando assim a credibilidade e o respeito da sociedade.
Mais dados
A pesquisa, conduzida de 2 a 18 de dezembro de 2024, também revelou que 20% dos americanos classificam a honestidade e a ética do clero como baixas ou muito baixas, enquanto outros 42% veem os pastores como tendo padrões médios. Sete por cento disseram que não tinham opinião sobre o clero.
As medições da Gallup mostram que os números deste ano estão alinhados com a mudança geral nas percepções públicas de vários grupos profissionais, muitos dos quais experimentaram um declínio na confiança.
A organização de pesquisas, que monitora algumas ocupações anualmente desde 1999, disse que a maioria das profissões registrou classificações mais baixas de honestidade e ética ao longo do tempo. “A proporção que diz que o clero tem ética alta ou muito alta caiu de uma média de 56% em 2000-2009 para 30% hoje”, observou Gallup.
Respondendo aos resultados da pesquisa Gallup, a Lifeway Research observou que os pastores “ainda estão entre a metade superior das profissões incluídas”, mas permanecem abaixo das maiorias que confiam em enfermeiros (79%), professores do ensino fundamental (61%), oficiais militares (59%), farmacêuticos (57%) e médicos (53%).
No início dos anos 2000, o nível médio de confiança entre esses grupos pairou em ou acima de 40%. Então, caiu para perto de 35% na década de 2010 e ficou em 30% nos últimos dois anos, igualando os níveis de confiança para pastores.
Os dados da Gallup mostraram que 21 das 22 profissões medidas em 2024 e 2021 perderam a estima pública, deixando os detentores de cargos públicos como a única exceção, com um aumento de 2 pontos nesse período.
“Anteriormente, uma ampla maioria dos EUA tinha os pastores em alta consideração”, afirmou a Lifeway, lembrando que 67% dos americanos consideravam os pastores altamente honestos e éticos em 1985. O número se recuperou brevemente para 64% em 2001, coincidindo com uma onda de apoio público após os ataques de 11 de setembro.
Com informações ChristianPost