Cobrar para pregar? Pastor Eliel Silva alerta sobre o perigo do mercantilismo da fé
Em uma edição especial do programa Fora da Caixa, liderado pelo pastor Juliano Fraga, dedicada aos desafios enfrentados por pregadores, o Pastor Eliel Silva compartilhou insights profundos sobre ministério, ética e os dilemas modernos da pregação. Com 18 anos de itinerância e uma trajetória que começou aos 9 anos como pregador mirim, Eliel abordou temas como a cobrança por pregações, autenticidade e a importância da oração.
Chamado
Pastor Eliel destacou a diferença entre o chamado geral (de todo cristão para compartilhar o Evangelho) e o específico (dedicação integral ao ministério da pregação). Ele enfatizou que o chamado específico exige renúncia de atividades seculares, citando Paulo em 2 Timóteo 2:4: “Nenhum soldado se envolve em negócios desta vida, para agradar àquele que o alistou”. “Deus sustenta quem Ele chama”, afirmou, lembrando sua decisão aos 17 anos de abandonar cursos técnicos para seguir o ministério.
Cobrar para Pregar?
Um dos pontos da entrevista o pastor Eliel falou seu entendimento sobre a cobrança em uma agenda. Pastor Eliel reconheceu que, biblicamente, o pregador itinerante merece sustento (1 Coríntios 9:14), mas alertou: “Isso não deve ser regra, mas exceção”. Ele criticou o mercantilismo da fé e contou experiências pessoais, como receber apenas R$ 2,25 de oferta após um culto impactante. “A motivação nunca deve ser financeira, mas a pregação fiel”, disse, ressaltando que a falta de apoio de algumas igrejas força pregadores a negociar valores, mas isso deve ser feito com “ética e temor a Deus”.
Influências
Eliel alertou sobre o perigo de imitar outros pregadores: “Descubra quem você é, aceite suas limitações e seja autêntico”. Ele compartilhou que, no início, tentou copiar estilos alheios e falhou, aprendendo que a homilética deve refletir a personalidade única dada por Deus. “João Batista era apenas uma voz, não o Cristo. Seja você”, aconselhou.
Oração
Sobre espiritualidade, ele foi enfático: “Trabalhar para Deus não substitui relacionamento com Deus”. Destacou que a oração precede a pregação e que um pregador deve orar mais que um crente comum. Quanto ao estudo, recomendou a Bíblia de Estudo Dake e cursos teológicos, mesmo que básicos, para evitar “miscelânia doutrinária”.
Críticas
Ao falar sobre adversidades, Eliel usou a metáfora da “madeira de acácia” (usada na arca de Noé), que não incha nem encolhe: “Não se diminua com críticas nem se inche com elogios”. Para jovens pregadores, deu um conselho: “Evite comparar-se com outros. Sua jornada é única”.