Segundo o coronel Eduardo Henrique de Souza, comandante da Polícia Militar do distrito de Colniza (MT), o pastor da Assembleia de Deus Sebastião Ferreira de Souza, de 57 anos, foi o mais torturado entre as vítimas da chacina que deixou nove mortos na semana passada.
O crime, ainda investigado pelas autoridades da região, pode ter ligação com os fazendeiros que teriam contratado quatro homens para matar o grupo que estava acampado em barracos erguidos em uma área rural.
Pela investigação, entre todas as vítimas, o pastor foi o que mais teve ferimentos. Além de ser degolado, o corpo do religioso apresentou vários hematomas e um corte de facão na cabeça.
“Ainda não sabemos a razão [do pastor ter sido o mais torturado]”, disse o coronel. Os demais trabalhadores mortos, foram amarrados e agredidos com enxadas e facões. Sete deles foram mortos com tiros de espingarda calibre 12 e dois com golpes de facão.
As vítimas identificadas, além do pastor, são: Izaul Brito dos Santos, de 50 anos, Ezequias Santos de Oliveira, 26, Samuel Antônio da Cunha, 23, Francisco Chaves da Silva, 56, Aldo Aparecido Carlini, 50, Edson Alves Antunes, 32, Valmir Rangeu do Nascimento, 55, e Fábio Rodrigues dos Santos, 37.
Crime motivado por disputa de terra
O delegado responsável pelo caso, Edson Pick, afirmou ao G1 que pode haver ligações entre esse crime brutal e umas denúncias de ameaças contra membros da Cooperativa Agrícola Mista de Produção Roosevelt (Cooperativa Roosevelt).
O inquérito em andamento desde 2016 é referente ao ganho de reintegração de posse em Taquaruçu do Norte, porém falta saber se os nove mortos da chacina estão ligados à Cooperativa.
O crime ocorrido no dia 19 de abril já é considerado como o mais violento do país entre os conflitos agrários. A região de Colniza possui diversos casos de crimes contra grupos que brigam por posse de terra. De um lado assentamentos de trabalhadores sem-terra e do outro lado famílias de fazendeiros.