Da Redação JM
A nação brasileira tem a partir de 01 de janeiro de 2019 um presidente que foi apoiado pela grande maioria dos evangélicos do país. A frase que levou Jair Bolsonaro durante toda sua campanha foi “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos” e com apoio maciço dos evangélicos, Jair Bolsonaro foi eleito presidente do Brasil. Tudo isso mostra a expansão da influência dos evangélicos na política brasileira.
Quem traz uma análise que explica bem o porquê dessa relação dos evangélicos com a política no país é o pesquisador e autor de vários livros sobre igrejas evangélicas, o cientista político e sociólogo peruano José Luis Pérez Guadalupe.
+ Evangélicos foram decisivos para vitória de Bolsonaro, diz filósofo
“Brasil foi o país onde houve o maior avanço dos evangélicos na política, mas que não chega a se desdobrar em sua plenitude em relação ao peso deles na sociedade. Porque temos cerca de 30% de evangélicos no Brasil e nas últimas eleições eles alcançaram cerca de 15% de representação na Câmara dos Deputados. Os evangélicos avançaram numericamente. Politicamente, eles conseguiram avançar mais do que na América Central, que tem quatro países com cerca de 40% de população evangélica.”, disse Guadalupe em entrevista ao DW.
Perez Guadalupe esteve nesta semana em Berlim para o lançamento de Evangélicos y poder en América Latina, coletânea que organizou para a Fundação Konrad Adenauer, ligada ao partido alemão União Democrata-Cristã (CDU). A obra reúne ensaios sobre a influência política crescente dos evangélicos nos países do continente.
+ “Você não engana mais ninguém”, diz Silas Malafaia sobre carta de Haddad a evangélicos
O especialista afirma mostra o avanço dos evangélicos, mas ao mesmo tempo, mostra que para ele isso é uma coisa ruim, pois ” “Não há um pensamento homogêneo dos evangélicos, não há um pensamento político, mas um que vai seguindo conforme as circunstâncias”.
Para Guadalupe, a bancada evangélica no Brasil é formada, em grande parte, por políticos que não buscam o bem comum do país, mas favorecer seu próprio grupo e defender a chamada “agenda moral” – que inclui o combate ao aborto, à “ideologia de gênero” e ao casamento de pessoas do mesmo sexo.
“Eles não têm nenhuma proposta além da agenda moral. Não têm ideias nem em economia nem em política pública. Não propõem nada”, disparou, mostrando claramente que generaliza sua análise, pois no Brasil há inúmeros política evangélicos que fazem um brilhante trabalho muito além do que diz o analista.
A entrevista do analista tem sua relevância somente no que tange ao mostrar e reconhecer que no Brasil os evangélicos estão cada vez mais percebendo que precisam, além de orar e desempenhar seu papel como igreja na intercessão pelos governantes, também participar diretamente da política indicando bons cidadãos do segmento para exercerem mandatos eletivos e influenciarem positivamente a governabilidade do país.
No mais, são acusações generalizadas que não se sustentam diante do confronto dos fatos.