Beijo entre homens fantasiados de Jesus e diabo em vídeo gera polêmica em BH
A Prefeitura de Belo Horizonte (MG) se envolveu em uma controvérsia após a publicação de um vídeo em parceria com o influenciador Zotha, que mostra dois homens fantasiados de Jesus e diabo se beijando durante o carnaval. O conteúdo, divulgado em março de 2025, gerou reações acaloradas nas redes sociais e levou o vereador Pablo Almeida (PL) a denunciar o caso como um ato de vilipêndio à fé cristã. Diante da pressão, a Prefeitura e o influenciador removeram o vídeo de suas plataformas.
Indignação e acusações de vilipêndio
O vídeo, que circulou nas redes sociais no início de março, rapidamente se tornou alvo de críticas, especialmente entre grupos religiosos. O vereador Pablo Almeida foi um dos principais opositores ao conteúdo, classificando-o como um desrespeito à fé cristã. Ele gravou um vídeo denunciando o episódio como um caso de vilipêndio, crime previsto no Código Penal, e exigiu explicações da Prefeitura sobre a parceria com o influenciador.
Almeida comemorou a remoção do vídeo pela Prefeitura, afirmando em suas redes sociais: “A cobrança funcionou! A Prefeitura de BH removeu a publicação que vilipendiava a fé cristã. Aqui esse tipo de desrespeito com o cristianismo não vai prosseguir.” A decisão da gestão municipal foi tomada após o vídeo do vereador ganhar grande repercussão.
Resposta do influenciador e acusações de homofobia
Zotha, o influenciador envolvido na polêmica, também decidiu retirar o vídeo de seu perfil após receber uma onda de ataques homofóbicos, que ele atribuiu à “extrema-direita”. Em seus stories, Zotha argumentou que a reação ao beijo entre dois homens foi desproporcional, sugerindo que, se o vídeo mostrasse um casal heterossexual, não teria causado tanto alvoroço.
Ele criticou a forma como a fé cristã foi usada, em sua opinião, como pretexto para justificar perseguições e desumanizações. “A indignação religiosa era, na verdade, uma forma disfarçada de homofobia”, afirmou o influenciador, destacando a diferença de tratamento dada a um beijo entre homens em comparação com o que seria considerado normal para casais heterossexuais.
Debate sobre liberdade de expressão e intolerância
O caso reacendeu o debate sobre liberdade de expressão, intolerância religiosa e homofobia. Enquanto alguns defendem que o vívio foi uma forma de expressão artística, outros argumentam que o conteúdo desrespeitou símbolos sagrados para milhões de pessoas. A polêmica também levantou questões sobre o uso de personagens religiosos em contextos carnavalescos e os limites entre a arte e o respeito às crenças individuais.
A Prefeitura de Belo Horizonte ainda não se pronunciou oficialmente sobre o caso, além de ter removido o vídeo de suas redes sociais.