Bancada Evangélica avança no Congresso, mas enfrenta novos desafios
A bancada evangélica, com cerca de 100 deputados e 15 senadores, consolida sua influência no Congresso Nacional em 2025, mas esbarra em tensões internas e na relação com o governo federal. O grupo, liderado pelo deputado Silas Câmara (Republicanos-AM), busca equilibrar pautas conservadoras e estratégias partidárias, enquanto enfrenta pressões de sua base mais radical. Analistas apontam que o crescimento moderado da bancada reflete mudanças demográficas e desafios políticos atuais.
Crescimento em ritmo moderado
A bancada evangélica representa menos de 20% do Congresso, proporção abaixo dos 30% de evangélicos na população brasileira. Dados recentes indicam que o avanço do grupo tem sido mais lento desde os anos 2010, acompanhando a desaceleração no crescimento desse segmento religioso. “Há um teto natural, tanto na sociedade quanto na política”, analisa um pesquisador, referindo-se à estagnação relativa.
Estratégia partidária em xeque
A Igreja Universal, por meio do Republicanos, consolidou-se como força central na bancada, mas a abertura do partido a figuras não religiosas, como o presidente da Câmara Hugo Motta, gera desconforto. Enquanto a tática ampliou influência, setores conservadores criticam a flexibilização de valores. “É um jogo de equilíbrio entre expansão e identidade”, comenta um observador político.
Diálogo tenso com o governo
Apesar de alianças históricas em temas econômicos, a bancada enfrenta atritos com o governo em pautas como o PL antiaborto, liderado por Silas Câmara. A manutenção de benefícios, como isenções fiscais para igrejas, é um dos pontos sensíveis nas negociações. “O governo precisa da bancada, mas não quer ser refém de agendas polêmicas”, destaca uma fonte próxima ao Planalto.
Pressões internas e futuro incerto
A diversidade ideológica dentro da bancada evangélica — que inclui desde centristas a defensores de pautas extremistas — complica a coesão do grupo. Para analistas, o desafio será manter relevância sem alienar aliados ou a base eleitoral. “O risco é fragmentação”, alerta um especialista, lembrando que 2026 pode testar a resistência da bancada nas urnas.