Redação JM Notícia
Os Comitês de Bacias Hidrográficas (CBHs) começam a fazer a entrega das sementes nativas do Cerrado, que serão utilizadas na produção de mudas para a recuperação de nascentes e áreas degradadas. Todas as sementes coletadas são encaminhadas para a Universidade Federal do Tocantins (UFT), câmpus de Gurupi, que recebeu na última sexta-feira, 16, a entrega técnica do viveiro de mudas nativas, resultado da parceria entre a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) e a instituição de ensino superior.
A coleta dessas sementes já havia sido programada e acordada entre os presidentes dos CBHs do Estado que, a partir de agora, contam com esse suporte do Governo do Tocantins para a produção de mudas. O diretor de Planejamento e Gestão de Recursos Hídricos da Semarh, Aldo Azevedo, destaca que “é muito importante o envolvimento de todos dentro do processo, pois facilita o trabalho que está sendo executado com agilidade, tanto na coleta quanto na entrega das sementes para o viveiro”.
As primeiras sementes recebidas pela Semarh vieram dos CBHs dos Rios Santo Antônio e Santa Teresa, do Rio Formoso e do Rio Manuel Alves da Natividade, que conseguiram realizar a coleta de 30, 40 e 60 kg, respectivamente, que já foram enviadas para serem semeadas no viveiro de Gurupi. A previsão é que o CBH do Lago de Palmas realize até a próxima sexta-feira, 23, a entrega das sementes coletadas.
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A implantação do viveiro busca integrar a sociedade nesse projeto ambiental, tendo em vista que a recuperação das áreas vai beneficiar a própria comunidade e o bioma Cerrado. O produtor rural, que também será beneficiário da restauração, vai se comprometer com a Semarh para preservar as nascentes recuperadas. A previsão é que as mudas estejam prontas para o plantio no começo de 2021 e, a partir daí, caberá a cada CBH o mapeamento das áreas que vão receber o plantio das mudas.
Viveiro
O viveiro tem capacidade para produzir 200 mil mudas anualmente, e possui o que há de mais avançado em tecnologia. O processo começa em uma máquina que mistura o substrato utilizado na fertilização das mudas (terra preta, adubo, esterco curtido e casca de arroz). Em seguida, outra máquina preenche os tubetes e, após a semeadura, as mudas são levadas para o berçário, que é coberto com sombrite com sombreamento de 50%, onde ficam por três meses na primeira fase.
Na fase seguinte, as mudas passam para a área de rustificação, a pleno sol, por mais três meses. Nesta etapa, elas enfrentam as mesmas condições climáticas que vão encontrar quando forem para o campo, assim como a irrigação é gradativamente reduzida. Depois de seis meses, então, a muda está pronta para ser plantada.