Nesta quinta-feira (20) a Suprema Corte da Rússia decidiu banir a religião Testemunha de Jeová do país, criminalizando também a prática da religião em todo o seu território.
No entendimento da Corte a religião é “uma organização extremista” e representam “uma ameaça aos direitos dos cidadãos, à ordem pública e à segurança pública”.
Com 395 templos espalhados pelo país, os Testemunhas de Jeová terão que entregar todas as suas propriedades para o Estado.
Os advogados da religião alegam repressão política e contestam a decisão dizendo que a Procuradoria era “ilegal”.
O procurador de Justiça Svetlana Borisova, um dos autores da ação, usa entre seus argumentos o fato da religião não aceitar a transfusão de sangue, o que para ele viola as leis russas de saúde.
Ele cita também que as atividades dos religiosos “violavam a lei russa de combate ao extremismo” e que os panfletos por eles distribuídos “incitam o ódio contra outros grupos”.
Os representantes legais das Testemunhas de Jeová pretendem apelar da decisão junto à Corte Europeia dos Direitos Humanos.
Segunda proibição na história do país
Essa não é a primeira vez que as Testemunhas de Jeová são proibidas na Rússia, o mesmo aconteceu durante o regime de Josef Stálin na União Soviética.
Os membros da religião foram enviados para a Sibéria e só foram autorizados a exercer a fé em 1991 quando a proibição foi revogada pela Rússia.
Mas nos últimos anos o governo tem endurecido as suas atitudes em relação ao grupo. Um caso em 2004 levou um grupo a ser banido por recrutar crianças e por proibir fiéis de aceitarem assistência médica.
Defendendo os religiosos, o grupo de direitos humanos Sova afirma que há uma “campanha oficial repressiva” contra as Testemunhas de Jeová e que nos últimos anos até casos de agressões físicas foram registrados.
Acredita-se que a Rússia tenha 175 mil pessoas que sigam a religião agora proibida no país. Com informações de BBC Brasil.