Na última semana, o deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) criticou a atitude do também deputado Otoni de Paula (MDB-RJ) durante a cerimônia de sanção da Lei que cria o Dia Nacional da Música Gospel. O evento aconteceu no Palácio do Planalto, onde Otoni elogiou o presidente Lula (PT) e fez uma oração pelo governante.
Sóstenes expressou surpresa pela mudança de postura de Otoni, que antes era próximo ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). “Eu discordo do deputado Otoni de Paula Júnior, até acho muito estranho a mudança de postura dele, pela intensidade que ele foi inclusive vice-líder do governo Bolsonaro”, afirmou o parlamentar. Ele ainda destacou que percebeu a mudança de posicionamento político de Otoni desde as eleições de 2022.
Segundo Sóstenes, a decisão de Otoni em se filiar ao MDB, um partido de centro, indica uma tentativa de se afastar de posições mais à direita. “Se viesse ao PL, o PL o receberia de braços abertos, ele tem votos, teria votos para estar eleito no PL, mas fez a opção de ir para um partido de centro”, comentou o deputado.
Além de criticar a mudança de postura de Otoni, Sóstenes também apontou um distanciamento entre o segmento evangélico e a esquerda política no Brasil. Para ele, essa distância está relacionada à falta de autocrítica dos partidos de esquerda. “Os estatutos de partidos de esquerda brasileiro e latino-americanos afrontam frontalmente os valores. Enquanto não houver autocrítica da esquerda, esse distanciamento vai ser cada vez maior”, declarou.
O deputado acredita que o presidente Lula tenta conquistar o apoio dos evangélicos apenas com discursos, sem demonstrar arrependimento pelos escândalos de corrupção que marcaram os governos petistas. “O que o presidente Lula gosta de fazer é retórica para tentar enganar os evangélicos, mas isso ele não vai conseguir”, disse Sóstenes. Ele acrescentou que, para haver uma reaproximação, a esquerda precisaria reconhecer erros e pedir perdão. “Se eles tiverem autocrítica, reconhecerem seus erros, com certeza terão o perdão de todos nós”, concluiu.
A fala de Sóstenes reflete a posição de parte da Bancada Evangélica, que se mantém crítica ao governo federal e à aproximação de alguns de seus membros com o atual presidente.
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