Com o intuito de reduzir a resistência dentro da comunidade evangélica, o governo Lula lançou no domingo uma nova campanha publicitária sob o slogan “Um Brasil e um só povo”. As peças serão veiculadas em todo o país por meio da televisão, rádio e redes sociais.
Os elementos incluem uma trilha sonora interpretada por um cantor gospel e personagens expressando gratidão a Deus pelos programas sociais do governo federal. Durante a conferência eleitoral do PT em Brasília, o ministro da Secretaria de Comunicação, Paulo Pimenta, exibiu algumas inserções no sábado, instando a militância a “buscar diálogo” com aqueles que não votaram no presidente Lula nas eleições de 2022.
Pimenta enfatizou a persistência da polarização eleitoral e destacou a importância de conquistar aqueles que classificam o terceiro mandato de Lula como “regular”. Ele referiu-se a dados de pesquisa, indicando que esse segmento da população representa um público prioritário, pois não apoiou o presidente nas eleições.
Somos um Brasil e um só povo. Nosso país nos une. 🇧🇷 pic.twitter.com/hFINa5Vhag
— Lula (@LulaOficial) December 11, 2023
Uma pesquisa Datafolha recente revelou que 38% dos brasileiros aprovam a gestão de Lula, enquanto 30% a consideram regular e outros 30% a avaliam como ruim ou péssima. Especificamente entre os evangélicos, a reprovação é ainda maior, atingindo 38%.
A campanha busca atingir esse público “regular” no final do ano, visando abrir portas para que eles considerem as mensagens do governo. A música central da campanha destaca a unidade nacional, com a letra enfatizando que somos todos “filhos, irmãos, parentes, cidadãos, de um Brasil gigante que nos quer ver crescendo”.
A Secretaria de Comunicação divulgou uma nota destacando que a campanha visa transmitir a mensagem de “combate ao negacionismo e à intolerância”. Uma das peças apresenta dois familiares que haviam discordado sobre a vacina contra a Covid-19, mas que se reconciliam durante a ceia de Natal.
Essa iniciativa está alinhada com a abordagem discutida por Lula na última sexta-feira, onde reconheceu as dificuldades do PT em alcançar o público mais conservador, especialmente o evangélico. Diante das pesquisas internas que apontam para uma cristalização da polarização política, o partido está ciente da importância de eleger mais prefeitos e vereadores nas eleições municipais de 2024 para conter a onda conservadora que atualmente domina o Congresso Nacional. O ministro da Secom enfatizou aos petistas que é “proibido por lei” divulgar o nome de Lula nas campanhas publicitárias, mas salientou que trabalha para equipar a militância com informações que combatam as “narrativas” bolsonaristas.
Com O Globo