O renomado pastor, teólogo e escritor, José Gonçalves, comentarista das revistas Lições Bíblicas da Casa Publicadora das Assembleias de Deus, trouxe à tona uma questão delicada recentemente. Em uma publicação, o pastor abordou o papel das Convenções na administração das ordenanças bíblicas, especificamente o Batismo e a Ceia do Senhor. Além disso, ele fez uma denúncia preocupante sobre práticas inadequadas por parte de algumas instituições.
No texto, Gonçalves enfatiza que, embora as Convenções tenham sua importância dentro de suas tradições religiosas, é crucial entender que elas não são igrejas. Ele ressalta que apenas a igreja tem o poder de ministrar as ordenanças do Senhor, incluindo o Batismo e a Ceia. O pastor argumenta que as Convenções não devem realizar tais ritos, citando fundamentos bíblicos e manuais de teologia sistemática.
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O pastor ainda esclarece que essa prática de realizar a Ceia durante as Convenções foi instituída tardiamente em 2005 no contexto das Assembleias de Deus. Diz que, apesar da nobre intenção de promover a comunhão entre pastores, a motivação por trás dessa prática é equivocada. Ele destaca que a Ceia não “dá” ou “promove” a comunhão, mas celebra esse aspecto espiritual.
José Gonçalves observa uma mudança significativa na realização da Ceia durante a Assembleia Geral Ordinária (AGO), onde agora a participação da igreja local é incorporada, não se limitando apenas ao conclave. Ele reforça a importância de seguir o texto bíblico: “Quando, pois, vos reunis no mesmo lugar, não é a ceia do Senhor que comeis” (1 Coríntios 11:20).
Denúncia contra Convenções
Ao final do texto, Gonçalves denuncia Convenções que estão sufocando igrejas locais, além do apropriamento errôneo do ritual que às igrejas pertencem.
“Tenho conhecimento que no contexto das Assembleias de Deus há Convenções, que não somente estão criando e ditando agendas para as Igrejas locais, literalmente sufocando-as, como também estão se apropriando de um ritual que historicamente sempre pertenceu as igrejas”
A denúncia do pastor recebeu endosso do pastor Geremias Couto, que acrescentou nos comentários: “Outro dado: embora uma convenção possa de alguma forma servir aos pastores, Jesus não veio fundar qualquer organização desse tipo. Ele fundou a Igreja. Sempre estive aliado, nesse ponto, aos missionários suecos, os quais resistiram à ideia o quanto puderam.”
Leia o texto:
Igreja, organismo e organização
Recentemente alguém me perguntou: “Uma Convenção pode servir a Ceia do Senhor?” Primeiramente devemos dizer que as Convenções ou Concílios têm sua importância dentro da sua respectiva tradição religiosa a qual pertence. Contudo, deve ficar bem claro, mesmo com sua importância e valor que possui para a organização da igreja, Convenção NÃO É Igreja! Mesmo as Convenções que se rotulam ser constituídas de “pastores e igrejas “, mesmo assim não são igrejas. Somente quem pode ministrar as ordenanças do Senhor (Batismo e Ceia) ou sacramentos, como prefere denominar algumas igrejas históricas, é a Igreja. E aí vem a pergunta: “Convenção pode realizar batismo?” A resposta é Não. Por quê não? Porque Convenção não é igreja! Respondendo à pergunta: “Convenção pode realizar a Ceia?” Pelo mesmo motivo que não pode batizar também NÃO pode realizar a Ceia. É isso o que uma leitura da Bíblia nos mostra e os manuais de teologia sistemática. No contexto das Assembleias de Deus a prática de se realizar Ceia durante a Convenção foi instituída tardiamente em 2005. Até onde sei foi para se promover a comunhão entre pastores. A meu ver a intenção foi nobre, mas a motivação equivocada, já que a Ceia não “dar” ou “promove” a comunhão. A Ceia CELEBRA a comunhão. Acredito que por causa desse entendimento teológico sobre o verdadeiro propósito da Ceia, a liderança assembleiana fez uma significativa mudança na realização desse importante rito cristão em sua Assembleia Geral Ordinária (AGO) – A Ceia passou a contar com a participação da Igreja local e não apenas limitada ao conclave. Assim a Ceia passou a ser uma CEIA realizada pela igreja local durante o evento da Convenção. É preciso, portanto, ficar atento ao texto bíblico: “Quando, pois, vos reunis no mesmo lugar, não é a ceia do Senhor que comeis”. (1 Coríntios 11:20). Isso é importante sublinhar porque tenho conhecimento que no contexto das Assembleias de Deus há Convenções, que não somente estão criando e ditando agendas para as Igrejas locais, literalmente sufocando-as, como também estão se apropriando de um ritual que historicamente sempre pertenceu as igrejas – a administração de suas ordenanças, a Ceia e o Batismo.