Em países onde há perseguição, como a Etiópia, a pressão e a violência enfrentadas pelos cristãos ultrapassa gerações. No entanto, a resistência da fé também é parte da herança dos antepassados. A Revista Portas Abertas de novembro traz os testemunhos de seguidores de Jesus que vencem todos os dias a intolerância religiosa.
Ermias Tadesse* cresceu em uma família cristã. Seus bisavós se converteram e começaram a enfrentar perseguição, porém, não desistiram de seguir a Jesus. “A fé cristã continuou comigo e quero que continue também com meus filhos. Quero que eles cresçam com o evangelho”, revela o evangelista.
Ainda jovem, Ermias já estava habituado com a hostilidade onde morava: “Os jovens da igreja eram pressionados pela comunidade. Os perseguidores nos faziam sentir medo quando estávamos em nosso tempo de adoração”. Hoje, a família Tadesse é perseguida tanto por radicais islâmicos como por cristãos ortodoxos.
Embora cristãos protestantes, ortodoxos e muçulmanos convivam em paz em outras partes da Etiópia, na comunidade dele, é comum que os filhos de cristãos sejam perseguidos pelos colegas e professores na escola. Essa discriminação atravessou gerações e afetou os filhos de Ermias, os gêmeos Fasil* e Ezana*.
“Mesmo que nossos filhos estivessem entre as crianças inteligentes, os professores se recusavam a lhes dar as notas merecidas nas provas – eles as rebaixavam”, explica o evangelista. No entanto, a perseguição às crianças e jovens na escola pode ir além e incluir violência por parte dos colegas e intimidação e assédio dos professores e de outras autoridades escolares.
Uma ponte do amor de Deus
Na Etiópia, há o projeto ponte, que tem o objetivo de criar uma ligação entre a igreja local e a comunidade. Na cidade de Ermias, o projeto é uma escola gratuita, que recebe crianças de famílias cristãs e muçulmanas. Assista o vídeo abaixo e saiba mais.
https://youtu.be/UGDt3Kjf-is
A igreja, que era apedrejada por perseguidores durante os cultos, passou a abrigar uma escola de educação infantil. Aos domingos, as salas recebem os alunos da escola dominical, durante a semana, é a vez das crianças da comunidade receberem uma educação de qualidade e sem discriminação. “Tem muitos benefícios economicamente, a escola ajudou muito e criou um ambiente familiar onde as crianças são educadas”, explica Ermias.
O gêmeo Fasil aprova a iniciativa: “Amo ir à escola brincar com meus amigos”. Ezana completa o testemunho do irmão: “Recebo educação de meus professores e gosto muito de aprender”.
Ermias explica que os benefícios do projeto foram além de alcançar as crianças. “A escola é uma plataforma para mostrarmos que Jesus é o salvador. Os pais das crianças e os funcionários têm uma boa impressão de nós e da igreja. Espero que um dia eles se juntem a nós como filhos de Deus — isso me deixa feliz”, completa.
*Nomes alterados por segurança.
