A censura e o famoso “cancelamento” na internet e fora dela, são sinais da intolerância secular que, agora, tem atingido cristãos, inibindo-os de expressar a sua fé.
Um relatório, intitulado “Percepções sobre a autocensura: confirmando e entendendo o ‘Efeito Chilling ‘” (a inibição ou desencorajamento do exercício legítimo de direitos legais e naturais pela ameaça de sanção legal), que agrega estudos de caso da França, Alemanha, Colômbia e México, alerta sobre as dificuldades que os cristãos estão tendo para expressar a sua fé de forma livre na sociedade.
“A intolerância secular tem um efeito assustador sobre os cristãos, o que afeta diretamente sua capacidade de expressar sua fé livremente na sociedade e está levando a várias formas de autocensura”, afirma o estudo.
O estudo observou que alguns cristãos têm receio de sofrerem processos judiciais ou criminais por conta de discriminação. Assim como temem ser submetidos a medidas disciplinares em seu local de trabalho.
“Com algumas exceções, a maioria optou por manter em sigilo suas expressões de fé ou suas opiniões sobre questões relacionadas à vida, casamento e família de uma perspectiva da doutrina cristã, porque testemunharam sanções ou processos a que colegas ou pares foram submetidos”, declara o relatório, que complicou análises do Observatório de Intolerância e Discriminação contra Cristãos na Europa, o Observatório da Liberdade Religiosa na América Latina e o Instituto Internacional para a Liberdade Religiosa.
Ainda no relatório, percebeu-se que pequenos incidentes, como comentários e exclusão de convívio, podem parecer insignificantes. Mas com o acúmulo desses e com o passar do tempo, os cristãos se sentem desconfortáveis, até certo ponto, para manifestar a sua fé de forma espontânea. “De fato, os cristãos ocidentais experimentam um ‘Efeito Chilling ‘ resultante de pressões percebidas em seu ambiente cultural, relacionado a casos judiciais amplamente midiatizados”, diz o estudo.
Devido a esse cenário, muitos cristãos nem sequer notam que estão se autocensurando no seu cotidiano. E até deixam de ver isso como um problema.
Por isso, como conclusão do estudo, de acordo com informações do The Christian Post, é lamentável que a Igreja do Senhor Jesus “tenha se permitido ser autocensurada. Os líderes religiosos cristãos têm mais liberdade para se expressar livremente (mas nem sempre tiram proveito disso)”.
Desta forma, os autores do relatório sugerem que precisa haver uma educação voltada para os formuladores de opinião, política e juízes, por exemplo, a fim de que entendam o verdadeiro sentido da liberdade religiosa.
“Vimos que um alto grau de analfabetismo religioso leva à incompreensão de como a religião informa o comportamento em diferentes esferas da sociedade e qual é o papel legítimo da religião no domínio público. O analfabetismo, portanto, pode, consequentemente, ser a causa de ‘intolerância prática’ contra os cristãos”, alertaram.
Texto: Redação UNIGREJAS