A Frente Parlamentar do Transporte Público Municipal realizou audiência pública sobre o tema nesta quarta-feira, 23, na Câmara Municipal de Palmas. O evento contou com ampla participação da sociedade civil. Objetivo foi debater os diversos problemas que comprometem a qualidade da prestação de serviço do transporte público de Palmas, que rotineiramente vem sendo alvo de críticas dos usuários.
O representante da Associação Comercial e Industrial de Palmas (ACIPA) e integrante do Conselho Municipal de Acessibilidade, Mobilidade e Transporte, Divino Eterno Silva, comentou sobre a preocupação em se falar em aumento da tarifa neste momento de restrição econômica. “Temos discutido muito a questão de pensar a logística do transporte público de Palmas, pois é uma cidade expandida geograficamente o que gera custo alto porque as linhas têm um trajeto muito longo, então temos que repensar este modelo”, disse.
Também o deputado estadual Professor Júnior Geo (PROS) questionou o aumento da tarifa sem melhoria no serviço ofertado ao cidadão. “A fiscalização por parte da frequência dos transportes coletivos de Palmas, a fiscalização em função do ano de cada ônibus que está transitando na nossa capital, a fiscalização em relação a qualidade dos ônibus é tudo por parte da prefeitura. A prefeitura tem que fiscalizar. Aí eu pergunto: ela está fazendo seu papel? Há interesse por parte da prefeitura em realizar essa fiscalização?”, criticou.
A participação da sociedade civil levou a discussão para além do valor da tarifa, ao ressaltar a má prestação do serviço, tanto na “exclusão das pessoas” que moram na periferia, quanto na ausência de banheiros e bebedouros nas estações de ônibus. “Falar de transporte público é falar de saúde mental. Quem tem acesso à cidade, quem tem acesso ao lazer, quem consegue transitar com qualidade pela cidade, é uma cidade que pode proporcionar melhores índices de saúde mental. Se você faz a população gaste a maior parte da sua renda com transporte, ela não vai conseguir também gastar mais com sua alimentação, mais com seu lazer e isso tudo vai interferir na vida das pessoas, na vida das famílias”, analisou a estudante Naiara Cardoso.
Questões sobre legislação específica para mulheres no transporte público também foram trazidas para o debate. “Não temos nenhuma Lei que respalde a mulher quanto ao horário. Quando ela volta da faculdade, o motorista não para mais perto das nossas casas. Então não tem nenhuma Lei Municipal que determine que a partir de 10h da noite, se a mulher fizer sinal, o motorista tem que parar mais perto de onde ela quer, porque as paradas de ônibus são muito longe”, exemplificou a usuária do sistema de transporte Anilze Parede.
A presidente da Casa e desta Frente Parlamentar, Professora Janad Valcari (PODE) criticou a ausência de representantes da empresa, da Agência de Regulação e da Secretaria de Mobilidade Urbana e agradeceu a presença de todos os presentes. “Nós vamos lutar, nós vamos trabalhar para que essa passagem, para que esse serviço prestado seja um serviço de qualidade e de respeito ao povo palmense. Isso é um abuso. Nosso povo não aguenta mais. Estaremos aqui firme e forte e não será a primeira audiência pública, teremos mais. Ouvi aqui informações que não sabia e é através desse debate que vamos ter as informações corretas para poder cobrar os órgãos pertinentes”, analisou.
Também participaram da Audiência os vereadores Daniel Nascimento (REPUBLICANOS), Joatan de Jesus (CIDADANIA), Jucelino Rodrigues (PSDB), Junior Brasão (PSB), Marilon Barbosa (DEM), Mauro Lacerda (PSB) e Pedro Cardoso (DEM).