O novo relatório da Comissão dos Estados Unidos para a Liberdade Religiosa Internacional (USCIRF) mostra que houve aumento da perseguição religiosa durante a pandemia.
O documento anual mostra a questão da liberdade religiosa em todo o mundo, mostrando como governos autoritários estão aproveitando as restrições para atingir comunidades religiosas específicas.
O presidente da USCIRF, Gayle Manchin, comentou sobre o relatório: “O ano passado foi um desafio para muitas nações, enquanto tentavam equilibrar as preocupações com a saúde pública com o direito fundamental à liberdade de religião e consciência”.
Ainda segundo Manchin, “embora alguns governos tenham aproveitado as restrições para atingir comunidades religiosas específicas, somos encorajados pelas medidas que outros países tomaram. Por exemplo, por causa dos surtos de Covid-19, muitos prisioneiros de consciência foram libertados em lugares como a Eritreia”.
O documento enviado ao Departamento de Estado dos EUA mostra “preocupação especial” com os países Burma, China, Eritreia, Irã, Coréia do Norte, Paquistão, Arábia Saudita, Tajiquistão, Turcomenistão, Síria, Vietnã, Rússia e Nigéria.
Em sua lista de países a serem observados de perto, a USCIRF menciona o Afeganistão, Argélia, Azerbaijão, Egito, Indonésia, Iraque, Cazaquistão, Malásia, Turquia e Uzbequistão. Cuba e Nicarágua também foram citados depois que o Departamento de Estado americano fez apontamentos sobre eles. Bahrein, República Centro-Africana e Sudão não estão mais listados. “Embora as preocupações com a liberdade religiosa nesses três países permaneçam, as condições do ano passado não atingiram o limite para recomendar o status de ‘vigilância especial'”, concluiu a agência.
Restrições violaram a liberdade religiosa
“O relatório anual da USCIRF para 2021 documenta o aprofundamento das divisões religiosas e a intensificação da perseguição religiosa e da violência durante a pandemia global”, sublinha Anurima Bhargava , vice-presidente da comissão, que também insiste no “progresso rápido e significativo que pode ser feito para apoiar e fortalecer as comunidades religiosas em todas as regiões, como aconteceu no Sudão ”.
Para a USCIRF, embora “muitas das restrições que foram adotadas durante a epidemia fossem justificáveis sob as exceções para saúde pública definidas no direito internacional, algumas limitações prejudicaram as minorias religiosas ou violaram a liberdade e a consciência religiosas”. “A pandemia alimentou uma onda de desinformação dirigida às minorias religiosas”, dizem eles da comissão, e “apesar de serem exigidos pela lei internacional a fazê-lo, muitos governos falharam em responder adequadamente a esta desinformação”.